O fim da alternância
Ideias Políticas
2020-01-07 às 06h00
Começa bem o ano quem, como eu, utiliza os TUB e soube de uma segunda redução do preço do passe da Coroa 1, após a redução de preço de todos os passes em 2019.
Interessa, no entanto, perceber a origem da medida e compreender quão curtos são os horizontes dos decisores locais no que toca ao transporte público.
Após décadas de insistência da CDU na Assembleia da República no reforço do investimento nos transporte público e alargamento de passes sociais a vários operadores, e também graças a várias iniciativas de luta de trabalhadores e utentes de diversas Empresas Públicas de transportes, eis que o PART – Programa de Apoio à Redução Tarifária – é lançado pelo anterior Governo.
Foi possível, naquele momento, empresas municipais de transportes fora das cidades de Lisboa e Porto usufruírem de benefícios na sua operação (ainda que de forma injusta, dado que a proporção de apoio à Área Metropolitana de Lisboa é 1,9 vezes superior à da nossa região), algo aproveitado na Comunidade Intermunicipal do Cávado.
Ainda no âmbito do PART, já neste orçamento de Estado fica previsto um novo apoio que a CMB optou por reflectir nos passes de Coroa 1 dos TUB, que baixam novamente, desta vez de 21,00€ para 15,00€ (previsivelmente a partir do próximo mês).
Sendo uma excelente notícia, ela revela, no entanto, uma opção que não nos parece a mais justa ou mais abrangente – o reforço na verba de apoio poderia ter sido distribuída pelos diferentes passes, alargando às coroas 2 e 3, que, na verdade, correspondem a quase 2/3 dos utilizadores dos autocarros em Braga (62,34%, de acordo com a relatório de contas dos TUB de 2018).
As medidas para apoio ao TUB incluíram também à aquisição de 32 novos veículos - sendo que o o essencial do financimento advém de um programa comunitário, o POSEUR - Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (co-financiamento da aquisição de 7 autocarros elétricos:76,82% e co-financiamento de 25 autocarros movidos a Gás Natural Comprimido 85%).
Só há investimento nos TUB quanto há programas de financiamento, o que permite concluir que o interesse real deste executivo nos transportes público é limitada à existência de programas de nível nacional ou comunitário, não restando quaisquer ideias ou objectivos localmente.
Ficam por concretizar (e idealizar, pensar ou programar) o alargamento da rede, a melhoria dos horários, a definição de uma percentagem máxima de carreiras suprimidas e tantas outras exigências dos utentes.
Sublinhe-se que esta medida é muito benéfica tanto para os utentes dos TUB como para os restantes habitantes de Braga – os utentes pelo óbvio menor encargo com o passe, e os restantes habitantes da cidade porque usufruem da redução de emissões poluentes e de mais espaço na via pública que não é ocupado por transportes individuais (partindo da hipótese de que haverá mais utilizadores de transportes públicos).
Melhores transportes públicos e melhor mobilidade na região são essenciais para que a vida nesta cidade seja melhor, pelo que um maior investimento nos TUB é essencial, até porque será o principal interveniente numa mais que urgente política de Mobilidade Urbana.
*a autora não cumpre o Acordo Ortográfico por não concordar com a sua aplicação.
19 Março 2024
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