O fim da alternância
Ideias Políticas
2020-01-21 às 06h00
Aqui estamos, uma vez mais, a defender um futuro para o antigo edifício da Saboaria e Perfumaria Confiança benéfico para os munícipes, de forma a cumprir os objectivos para os quais foi adquirido.
Os motivos que levaram a o Município de Braga a adquirir o edifício são hoje tão válidos como no momento em que a decisão foi tomada, por unanimidade, pelo que fica claro quem mudou de cara, mas menos claro fica o porquê.
Recordemos as excelentes ideias de Ricardo Rio, em declarações a este mesmo jornal, em 2011, na defesa da compra da Confiança pela CMB: “deve: incluir, desde logo, um museu da história de Braga e um espaço para o museu da Confiança; poderá ter um espaço para exposições; poderá acolher a sede do Cineclube de Braga; poderá ter balcões de serviços públicos ligados ao próprio município e também à Junta de S. Victor.
As boas ideias chegaram também das dezenas de projectos que chegaram à CMB por via de um concurso de ideias que a mesma promoveu.
Em 2012, o executivo da CMB mantinha-se, ainda, na primeira linha da defesa da Confiança: «a CMB propõe-se disponibilizar no imóvel “valências que possam ser fruídas pela população, como serviços públicos ou equipamentos culturais”, assegurando, de igual forma, “a rentabilização parcial do investimento municipal», e em 2013, Ricardo Rio acrescentava: “Há Confiança para além do QREN”.
Mas eis que, em 2017, é eleito para um 2.º mandato e deixa de concordar consigo mesmo. A “rentabilização parcial” torna-se na necessidade de alienar património, o usufruto pela população deixa de ter lugar e a ausência de fundos comunitários já serve de argumento para a venda.
Nesta data, Carlos Almeida, vereador eleito pela CDU, lembrou que “a compra da Confiança mereceu um consenso muito alargado das diferentes forças vivas da cidade e que tal facto motivou, aliás, um processo de participação muito interessante. Ora, hoje, quando Ricardo Rio aponta à alienação do imóvel está claramente a quebrar esse consenso alargado, bem como um compromisso com a cultura e os seus agentes”.
À notícia de que iria ser proposta a venda da Confiança, em 2018, a CDU responde com uma proposta de Classificação do Imóvel de Interesse Municipal. De forma inaceitável, o executivo não coloca a proposta na Ordem de Trabalhos da reunião de Câmara e impede a votação da proposta para, de seguida, apresentar uma proposta de classificação que se limita a 3 fachadas e ao desenho da cobertura do edifício.
Na semana passada surge uma nova proposta da CMB, cujas palavras de Carlos Almeida resumem: "ainda que esta maioria tenha tentado dar uma nova roupagem a esta venda nos últimos meses, com este novo caderno de encargos, a verdade é que estamos perante o mesmo risco de uso e salvaguarda do imóvel”.
Na próxima Assembleia Municipal (AM), 24/01, 21h, será votada a venda da Confiança. Sendo uma AM Extraordinária, não haverá período de intervenção aberto ao público. No entanto, é possível assistir aos trabalhos e participar na manifestação que decorrerá à porta.
Apela-se a que todos os cidadãos que defendam um futuro alternativo para aquele que é um dos últimos exemplos de património industrial edificado nesta cidade compareçam no auditório do IPDJ (R. Sta. Margarida, 181).
Termino com as palavras da Bárbara Barros, eleita da CDU à AM, há cerca de 1 ano: “Podem ter uma maioria para aprovar esta alienação, mas essa maioria não vos dá o direito de alienar a participação política de todos os que, da mesma forma, foram eleitos para este órgão; das forças vivas da cidade; dos agentes culturais; das associações culturais e de património; das populações.”
19 Março 2024
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