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As Bibliotecas e os 25 Anos do Manifesto da UNESCO

A responsabilidade de todos

 As Bibliotecas e os 25 Anos do Manifesto da UNESCO

Voz às Bibliotecas

2019-11-14 às 06h00

Rui A. Faria Viana Rui A. Faria Viana

Reuniram nos dias 4 e 5 deste mês de Novembro, no âmbito do 15º Encontro da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, organizado pela DGLAD (Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas) e pelo Município de Leiria, cidade onde teve lugar o evento, bibliotecários de leitura pública de todo o país.
Para além da troca de experiências entre os profissionais que desenvolvem a sua actividade na área da leitura pública, este Encontro permitiu ainda reflectir sobre algumas questões pertinentes, nomeadamente:
A que públicos será prioritário atender? Quais os públicos que estão a ser desconsiderados?
Quais os principais obstáculos para a concretização da missão da biblioteca pública? Que desafios enfrentam as bibliotecas públicas? Qual o seu papel na sociedade actual?
De referir que, a realização destes Encontros reveste-se de grande importância para os profissionais da informação que trabalham nas diferentes bibliotecas públicas espalhadas por quase todos os municípios do país. São 303 as bibliotecas públicas municipais que integram a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas em Portugal desde a sua criação em 1987. Só não há bibliotecas públicas em 5 concelhos, nomeadamente, em Aljezur, Marvão, Terras de Bouro, Vila Viçosa e Calheta (S. Jorge – Açores), privando desse serviço as 28.700 pessoas que lá vivem. Passados 32 anos da criação da RNBP estes municípios, lamentavelmente, apesar da comparticipação em 50% por parte do Estado na construção da biblioteca e na aquisição do fundo bibliográfico, ainda não consideraram o serviço de biblioteca como prioritário e importante para os seus munícipes!
Mas, com este Encontro pretendeu-se também assinalar os 25 anos do “Manifesto da Unesco sobre Bibliotecas Públicas” (1994) e reflectir sobre os aspectos em que este documento, passados estes anos, merece nova redacção. Já aqui nos referimos a este Manifesto (ver “As Bibliotecas e o Manifesto da Unesco” – 3 e 31 de maio de 2018) de importância crucial para as bibliotecas públicas como princípio orientador da sua acção. Por isso, aqui recordo as missões-chave da biblioteca pública relacionadas com a informação, a alfabetização, a educação e a cultura:
“1. Criar e fortalecer os hábitos de leitura nas crianças, desde a primeira infância; 2. Apoiar a educação individual e a auto-formação, assim como a educação formal a todos os níveis; 3. Assegurar a cada pessoa os meios para evoluir de forma criativa; 4. Estimular a imaginação e criatividade das crianças e dos jovens; 5. Promover o conhecimento sobre a herança cultural, o apreço pelas artes e pelas realizações e inovações científicas; 6. Possibilitar o acesso a todas as formas de expressão cultural das artes do espectáculo; 7. Fomentar o diálogo inter-cultural e a diversidade cultural; 8. Apoiar a tradição oral; 9. Assegurar o acesso dos cidadãos a todos os tipos de informação da comunidade local; 10. Proporcionar serviços de informação adequados às empresas locais, associações e grupos de interesse; 11. Facilitar o desenvolvimento da capacidade de utilizar a informação e a informática; 12. Apoiar, participar e, se necessário, criar programas e actividades de alfabetização para os diferentes grupos etários”.
Por isso, neste Encontro, passados 25 anos da ratificação do Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas, e 32 anos depois da criação da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, os bibliotecários presentes foram desafiados a reflectir sobre o papel da biblioteca pública na comunidade, no tempo actual, de acordo com as missões preconizadas no manifesto.

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