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As Bibliotecas e os espaços de leitura fora de portas

A responsabilidade de todos

As Bibliotecas e os espaços de leitura fora de portas

Voz às Bibliotecas

2019-03-07 às 06h00

Rui A. Faria Viana Rui A. Faria Viana

No desenvolvimento das suas actividades, sobretudo no âmbito da formação de leitores e da democratização do acesso à cultura, as bibliotecas públicas têm vindo a adoptar várias estratégias no sentido de chegar mais perto dos leitores. Como é sabido, uma parte significativa da população activa não frequenta as nossas bibliotecas porque a atribulada vida hodierna não deixa tempo para manter uma relação próxima que permita continuar a beneficiar do acesso à informação e à cultura presentes nos inúmeros documentos disponíveis para consulta e leitura. Por isso, são vários os exemplos de espaços de leitura a funcionar fora de portas das bibliotecas e alimentados por estas através de protocolos ou acordos que se estabelecem. Destes, pelo impacto e importância que revelam, destacam-se os que funcionam em fábricas possibilitando a disponibilização de um leque variado de documentos aos trabalhadores que, deste modo, não necessitam de se deslocar à biblioteca pública.
Assim, através de um fundo documental renovável por períodos que se acham os mais convenientes, a biblioteca pública possibilita o acesso aos trabalhadores da empresa de um acervo abrangente, cobrindo várias áreas de conhecimento, que vão desde a literatura, viagens, administração empresarial, recursos humanos, sucesso profissional e pessoal, biografias, banda desenhada, gastronomia, etc., bem como música e filmes diversos.
O espaço físico para acolhimento deste fundo, destinado à consulta e empréstimo, é facilitado pela empresa devendo ter-se em atenção o facto de ser um local central, de passagem e muito frequentado pelos trabalhadores. O mobiliário é pensado de acordo com o bem estar dos utilizadores assim como a iluminação e a decoração no caso de se pretender a con- sulta local e transformar esse espaço num ponto de encontro dos colegas de trabalho.
Ao levar o livro e outros documentos para o interior de uma empresa e em ambiente de trabalho está a desejar-se que estas pessoas tenham a cultura e a informação por perto, podendo aceder a novos conhecimentos e, por consequência, aumentar a sua auto-estima gerando impactos muito positivos na produtividade sobretudo quando é a própria empresa a estimular a formação cultural e a informação dos seus trabalhadores.
Assim, de mero local de trabalho de frequência obrigatória, para o sustento do indivíduo e da família, o mesmo poderá transformar-se num local onde todos os trabalhadores se sintam bem e estimulados pelos desafios que a leitura poderá despertar.
Esta tarefa está mais facilitada quando a cultura dos livros é dinamizada pela própria empresa, estimulando e promovendo a leitura no universo de todos os trabalhadores e não só dos quadros superiores, através da recomendação de consultas e da realização de debates sobre certos assuntos que comprovam o interesse e a leitura das obras indicadas. Exemplos destes existem cada vez mais e com mais frequência, e, em Portugal também já os encontramos.
Nunca devemos esquecer que a biblioteca pública poderá desempenhar também um papel crucial no desenvolvimento de actividades de promoção do livro e da leitura, aproveitando ocasiões especiais para atrair a curiosidade para certos temas ou assuntos, realizando mostras ou pequenas exposições em dias comemorativos, como no “dia dos namorados”, no “dia da poesia”, no “dia do trabalhador”, etc.
De salientar que estes espaços de leitura começam a fazer sentido, também, nos parques industriais com vista a servir um grupo significativo de empresas e de trabalhadores.
Com objectivo semelhante, as bibliotecas públicas têm criado, igualmente, pontos de leitura em cabeleireiros, cafés e outros espaços idênticos, sempre com a intenção de chegar mais perto de possíveis leitores e de contribuir para uma sociedade mais informada e consequentemente mais justa, possibilitando ao indivíduo o exercício efectivo da cidadania.

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