A responsabilidade de todos
Escreve quem sabe
2017-12-03 às 06h00
Sabe o que é um pleonasmo vicioso?
É o termo usado para definir um dos vícios mais comuns de linguagem e consiste na re- petição despropositada de uma ideia em termos diferentes.
O exemplo clássico é o famoso “entrar para dentro”. Há outros que pedem alguma atenção por parte do ouvinte para detetar a incongruência. Muitos são repetidos há anos sem darmos conta.
Quem nunca disse “certeza absoluta”? Talvez já tenham dado “o acabamento final” à pintura das paredes ou partido uma laranja em “duas metades iguais”. Já tiveram uma “surpresa inesperada” e “encararam de frente” o médico para lhe apresentar “sintomas indicativos” de alguma doença com ou sem “detalhes minuciosos” para ele “planear antecipadamente” o tratamento e apresentar a “última versão definitiva” que será, obviamente, uma “escolha opcional”?
Obviamente, que todas estas repetições são dispensáveis. Todavia, se as podemos tolerar na oralidade informal, devemos repudiá-las na escrita.
De todas, há uma que está totalmente arreigada quer na linguagem oral quer na escrita: “há anos atrás”. É recorrente ouvi-la na rua, na escola e nos meios de comunicação social, mas está errada! Nem sequer pode ser entendida como uma redundância aceitável.
Quando digo “encontrei o Pedro há dois dias” o verbo “haver” significa “existir” e usa-se para indicar o período decorrido entre o momento em que teve lugar a ação mencionada até à altura em que a frase é proferida. Por outras palavras, passaram dois dias desde que encontrei o Pedro. A utilização do advérbio “atrás” é redundante e errada, pois duplica os marcadores de tempo.
Não obstante, pode-se sempre dizer “dois dias atrás”, mas sem o verbo “haver”. É, pois, correto dizer “encontrei o Pedro há dois dias” ou “encontrei o Pedro dois dias atrás”
Assim, e como “*conclusão final”, não é por se ouvir na televisão ou por se ler nos jornais que está certo!
19 Março 2024
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