A responsabilidade de todos
Escreve quem sabe
2018-10-07 às 06h00
Quem nunca ouviu frases como “Fiquei doente derivado ao frio.” O correto seria dizer “Fiquei doente devido ao frio.”. “Derivado” é seguido da preposição “de”, simples ou contraída, e devemos usar esta expressão para dizer que algo é “derivado de” outra coisa, ou seja, que tem origem nela – “o queijo é derivado do leite”, por exemplo. Quando referimos a causa, devemos usar a expressão “devido a”, que significa “por causa de”.
Estranhamente, também é comum ouvir o uso incorreto de “onde” - “Estava a falar com ele, onde ele disse que ia embora mais cedo.” Nesta frase, “onde” deveria ser substituído por “quando”, pois a noção expressa é de “tempo” e não de “espaço.”
Apesar de haver um uso mais recorrente da expressão “quanto mais não seja”, é preferível usar “quando mais não seja”. Todavia, este assunto não é unânime entre os linguistas e alguns defendem que o uso mais frequente da primeira poderá torná-la admissível. Aliás, o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (em rede) só atesta a forma “quanto mais não seja”, que pode ser substituída por “se outra razão não houver, ao menos”. Todavia, os mais puristas não a admitem. Acrescente-se a estas expressões duas similares: “quanto muito” e “quando muito”. Elejam, preferencialmente, a primeira.
“As praxes académicas deviam de ser proibidas?” (http://www.entroncamentoonline.pt/). Apesar de a pergunta ser bastante pertinente, a sua formulação está incorreta. O verbo “dever” não é seguido de nenhuma preposição. O correto seria escrever “As praxes académicas deviam ser proibidas?”.
Ao contrário do exemplo anterior, o adjetivo “convencido” deve ser sempre seguido da preposição “de”. Ao ler algumas gordas, quase ficamos convencidos de que a preposição não faz falta nenhuma. Eis alguns títulos bem recentes: “Sócrates está convencido que é inocente” (https://observador.pt, acedido a 30-09-2018); “Novo líder do PSD/Açores diz-se convencido em vitória nas regionais de 2020” (https://www.tsf.pt, acedido a 30-09-2018). As frases deveriam ser, respetivamente, “Sócrates está convencido de que é inocente” e “Novo líder do PSD/Açores diz-se convencido da vitória nas regionais de 2020”.
Ainda no que respeita ao uso da preposição “de”, devemos dizer “informamos os espetadores de que o filme vai começar” e não “informamos os espetadores que o filme vai começar.” No entanto, sempre que não estiver expressa a entidade a quem se informa (no caso acima “os espetadores”), o verbo informar não deve ser seguido da preposição “de” - “Informamos que o filme vai começar”.
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