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Ideias
2019-03-16 às 06h00
Cerca de dois terços do crescimento económico da Europa nas últimas décadas foram impulsionados pela inovação. A importância da política de inovação é amplamente reconhecida e encontra-se, em grande medida, ligada a outras políticas da União Europeia (UE), nomeadamente do emprego, da competitividade, da indústria, da energia e do ambiente.
A relevância da investigação científica e tecnológica, que determina muitas das inovações tecnológicas, é hoje cada vez mais considerada como fator indispensável para garantir maior competitividade das empresas e gerar crescimento económico, como foi reconhecido por todos os Estados-Membros na Estratégia Europa 2020 para o Emprego e o Crescimento, ao adotarem o objetivo de afetar 3% do PIB na investigação e desenvolvimento (I&D), correspondendo a 1% proveniente de fundos públicos e 2% do setor privado. A percentagem do PIB para atividades de ciência e tecnologia corresponde também a um indicador do desenvolvimento dos países.
Todos os anos, a Comissão Europeia (CE) publica uma avaliação comparativa do desempenho dos Estados-Membros no domínio da inovação e entre estes e os seus principais concorrentes internacionais. São conhecidos os resultados relativamente a 2018 e está em preparação o estudo para o estado da inovação em 2019.
O Painel Europeu da Inovação de 2018, publicado pela CE, mostra que o desempenho da UE em matéria de inovação continua a melhorar, mas têm de ser realizados, ainda, muitos esforços adicionais para assegurar uma maior competitividade da Europa a nível mundial. O Painel Europeu da Inovação (PEI) fornece uma avaliação comparativa do desempenho dos países da UE, e de alguns países terceiros, em matéria de investigação e sistemas de inovação. O PEI abrange o sistema de inovação no seu conjunto e avalia as capacidades de inovação dos setores público e privado.
Portugal está abaixo da média da União Europeia em inovação. Portugal está no grupo de Inovadores Moderados e ocupa o 14º lugar entre os 28 Estados-membros no ranking europeu de inovação. Portugal, comparativamente com 2010, diminuiu a sua capacidade inovadora.
A Suécia continua a ser a líder da inovação na União Europeia, seguida da Dinamarca, da Finlândia, dos Países Baixos, do Reino Unido e do Luxemburgo, que se junta ao grupo dos principais inovadores. A Alemanha saiu do grupo de Estados-Membros como maior nível de inovação. O crescimento da inovação na União Europeia continua abaixo em relação aos gastos com investigação. A UE está a aproximar-se dos seus principais concorrentes, como o Canadá, o Japão e os Estados Unidos. Contudo, a redução deste diferencial de inovação e a liderança da UE em relação à China exigirão um esforço concertado para aprofundar o potencial inovador da Europa. A UE continua a superar a China, mas esta posição está a decair rapidamente face ao desenvolvimento três vezes mais rápido deste país em relação à UE. Em comparação com a Coreia do Sul, a UE tem vindo a ficar para trás, esperando-se, no entanto, uma recuperação gradual nos próximos anos.
Em média, o desempenho da UE em matéria de inovação aumentou 5,8% desde 2010. O desempenho em matéria de inovação melhorou sobretudo nos domínios da banda larga, dos recursos humanos e da atratividade dos sistemas de investigação, em especial através de co-publicações internacionais. A Europa também é forte no apoio à inovação através de Tecnologias Facilitadoras Essenciais, como a fotónica e a biotecnologia.
A despesa pública com I&D, em percentagem do PIB, continua abaixo do nível de 2010. O objetivo é atingir-se 3% mas ainda se está longe desse valor. Dados da CE mostram que ao atingir-se a meta de investimento de 3% do PIB da UE em I&D poderá resultar na criação de 3,7 milhões de empregos na Europa.
A intensidade da I&D continua a ser desigual entre regiões da UE, com uma forte concentração do investimento e da investigação na Europa Ocidental. 40 % da mão de obra europeia não dispõe das competências digitais necessárias.
As regiões da UE com um sistema bem desenvolvido de apoios financeiros públicos à inovação, em que uma percentagem elevada de empresas inovadoras recebe alguma forma de apoio financeiro público, são também mais inovadoras do que as regiões onde é menor o número de empresas que beneficiam de tal apoio.
A especialização em Tecnologias Facilitadoras Essenciais melhora o desempenho da inovação regional, especialmente em materiais avançados, biotecnologia industrial, fotónica e tecnologias de fabrico avançadas.
As empresas da UE gastam menos em inovação do que os seus concorrentes. Os investimentos de capital de risco e a percentagem de PME que introduzem inovações precisam de ser muito incrementados.
Os resultados anuais desta análise sobre a inovação na UE são importantes para aferir da necessidade de alterar ou melhorar as medidas e programas para um maior estímulo à inovação nacional e regional. É necessário que a UE continue na sua trajetória de aposta contínua no investimento para melhorar o seu desempenho no domínio da inovação para que seja cada vez mais competitiva a nível mundial. Devemos continuar a investir mais em Ciência e Inovação e a estimular a valorização económica do conhecimento cientifico.
É importante continuar a apostar no aumento do número de empresas inovadoras, no investimento em capital de risco, na inovação nas PME, no desenvolvimento de processos e serviços industriais, nos pedidos de patentes, nas exportações de produtos de alta tecnologia e nas vendas de produtos inovadores.
19 Março 2024
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