O fim da alternância
Ideias Políticas
2018-12-18 às 06h00
Hospital de Braga: na semana passada, a Ministra da Saúde deu conhecimento ao país da vontade do Governo de não renovar o contrato com o parceiro privado que faz a gestão do Hospital de Braga. O Hospital de Braga tem garantido, nos últimos anos, lugares cimeiros em todos os rankings que avaliam a prestação de cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde. No que diz respeito à gestão financeira, o Tribunal de Contas tem tecido loas à gestão do Hospital de Braga. Não olvidando que nem tudo corre sempre bem (são conhecidos racionamentos eventualmente excessivos na prestação dos serviços, a exigência sobre os profissionais…), a verdade é que os profissionais do Hospital de Braga têm feito deste uma referência no Serviço Nacional de Saúde. Mais: o Governo parece querer devolver também a gestão ao Estado e não abrir novo concurso.
Não se percebe, por isso, a decisão do Governo a não ser por uma cedência ideológica àqueles que permitem ao Dr. António Costa ser Primeiro-Ministro: o BE e o PCP. É bom lembrar que o PS (com Correia de Campos) foi, e bem, um dos pais das várias PPPs hospitalares. Fica mais uma vez a prova que o PS deixou o centro moderado e se radicalizou diabolizando a iniciativa privada. Ao Governo exige-se agora explicações e sobretudo que tranquilize os utentes e os profissionais que laboram no Hospital de Braga, assumindo, por uma vez, que opção estratégica tem para o nosso hospital. Foi, nestes termos, que a Assembleia Municipal de Braga aprovou uma moção viabilizada pelo PS local. Curiosamente, com os votos contra do BE e do PCP.
Ainda a Ministra da Saúde: num ápice desbaratou todo o efeito positivo que poderia ter uma mudança ministerial na tutela. Não consegue dialogar com nenhum setor da saúde, maltrata os enfermeiros e tem afirmações absolutamente ofensivas e despropositadas, como aquela em que classificou de “infratores e criminosos” os enfermeiros. Fez aprovar uma Lei de Bases da Saúde em Conselho de Ministros quase antagónica com a que o grupo de trabalho nomeado pelo próprio Governo recomendou. Desconsiderou Maria de Belém. Enfim, a falta de habilidade política e o deslumbramento pela função têm-lhe toldado o discernimento. Consegue ser pior – e era difícil – que Adalberto Campos Fernandes, que substituiu.
Conselho Superior do Ministério Público: está a ganhar contornos impensáveis a proposta que o PSD, aparentemente, tem para a composição do Conselho Superior do Ministério Público. Face à necessidade urgente de acentuarmos a confiança das populações no Ministério Público e na justiça em geral, perante o sentimento de impunidade que, nos últimos anos, parece ter ganho lastro na nossa sociedade – apenas travado pelo mandato de Joana Marques Vidal como PGR –, tenho que dizer que tudo o que se destine a aumentar o controlo da ação in-vestigativa do Ministério Público e diminuir a sua autonomia tem a minha mais forte oposição.
Confiança: a Comissão de Cultura da Assembleia da República visitou a antiga fábrica Confiança, em Braga. Ao contrário do que vi escrito, a visita correu com total normalidade, com os Deputados a visitarem as antigas instalações guiados por um Professor que faz parte da plataforma “Salvar a Confiança”. Ninguém foi impedido de entrar pela polícia. Simplesmente, a visita era para os Deputados da Assembleia da República que a requereram aos donos do edifício, a Camara Municipal de Braga. Outros, que sabendo que a Câmara tinha negado, naquele dia, as visitas em simultâneo, fizeram questão de se colocar à porta para criar um caso. Tudo com o apoio do Deputado à Assembleia da República do BE Pedro Soares. Creio que fica explicada a presença de alguns membros daquela plataforma à porta da antiga fábrica. O BE queria fazer um número mediático. Ponto.
19 Março 2024
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