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Porque a Primavera não é só o regresso das andorinhas

Os bobos

Porque a Primavera não é só o regresso das andorinhas

Escreve quem sabe

2018-03-28 às 06h00

Anabela Guimarães Anabela Guimarães

A lapalissada que me desculpe mas estamos na Primavera! Sinónimo de renovação é quase impossível passar em branco esta evidência, tal a inquietude que se apodera de nós, quando o calendário anuncia estridentemente Chegou a Primavera! É intemporal este chamamento que vem de dentro e de fora, é a natureza a manifestar-se implacavelmente em todo o nosso ser, clamando por mudança e renovamento.
É a altura perfeita para desenterrar do nosso interior as energias, vontades, promessas e rasgos que adormecemos no tempo frio e molangueirão e ousar. Ousar a diferença, ousar chegar mais além. Soltar e dar voz à criatividade, porque as convocações são inúmeras e as festas da Primavera são uma das ocasiões predilectas das agendas culturais para convidar e atrair os seus públicos aos seus eventos, desafiando ao interesse, à procura, ao desfrute.

Desafio à criatividade é o que propõe uma iniciativa da Europa Nostra, no âmbito do Ano Europeu do Património Cultural. Propõe a todas as pessoas interessadas, artistas ou não, que concedam aso à sua criatividade e imaginação e recriem o Hino da Alegria de Beethoven, quer através da música, dança, poesia, teatro, enfim, a forma que mais desejarem, tendo como palco um sítio patrimonial à escolha de cada um. Esta experiência terá de ser gravada e posta a circular no dia da Europa, 9 de Maio, em qualquer rede social. O objectivo é bem claro, celebrar e homenagear o Património, numa perspectiva humanista e cultural, contribuindo para o reforço de laços, identidade, respeito pela História e divulgação do Património que nos une.

Todas as informações estão no site anoeuropeu.patrimoniocultural.gov.pt e o convite é-nos dirigido por Plácido Domingo, num apelo irresistível de cooperação. Seja na Igreja dos Congregados, na Sé de Braga, na Capela Imaculada, nos jardins públicos, em qualquer museu ou na Anta de Lamas, vamos ousar e corresponder ao desafio. Individualmente ou colectivamente, com esta iniciativa estaremos a divulgar o nosso Património além-fronteiras, fica o desafio, esperamos que o comprometimento surja em cada um de nós.
Enquanto pensamos nisto, Ressurreição é das palavras mais ouvidas por estes tempos em Braga, ou não fosse o tempo pascal uma das maiores, quiçá a maior, celebração bracarense, com a Semana Santa a transformar totalmente a cidade, colorindo-a com as cores da Páscoa, de onde sobressai naturalmente o roxo, sussurrando orações, desfilando procissões, reproduzindo tradições multiseculares, imbuídas de um simbolismo religioso transcendente onde mergulham os milhares de peregrinos e turistas, que nesta altura invadem a cidade.

O programa é vasto e além das manifestações religiosas, há exposições, concertos, cinema e teatro alusivos a esta época, um tempo que se diz de luto e sofrimento, para irromper no Domingo de Páscoa como renovação, Ressureição e esperança. Um devir absoluto e incondicional que sobrevive através dos tempos porque ligado a algo que vai além de nós e da nossa humanidade. Que nos fortalece a resistência e a responsabilidade absoluta de nos comprometermos com a vida, cada um de nós.
Com fé ou sem ela, relembramos Levinas: Todo o eu é eleito: ninguém mais pode fazer aquilo que só ele deve fazer.

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