A responsabilidade de todos
Voz à Saúde
2019-03-12 às 06h00
A Epilepsia é uma doença neurológica que envolve o sistema nervoso e se carateriza por uma predisposição para gerar crises epiléticas. De salientar que, uma crise epilética é causada por uma atividade neuronal excessiva com duração variável e, se ocorrer de forma isolada representa apenas um evento resultante de uma desregulação temporária da atividade elétrica do cérebro não correspondendo, diretamente, ao diagnóstico de Epilepsia, que se expressa nessas crises, mas de forma recorrente.
A Epilepsia afeta cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo que, no nosso país, são estimados 40.000 a 70.000 doentes. Apesar de ser uma doença mais comum em idades jovens (estima-se que cerca de 1 em cada 100 crianças possa desenvolver um quadro de Epilepsia) e em pessoas mais velhas, pode mesmo ocorrer em qualquer idade.
Muitas são as causas apontadas como possíveis geradoras de doença, entre as quais, destaque para: malformações do cérebro ou dos vasos sanguíneos cerebrais; privação de oxigénio aquando do momento do parto; predisposição genética; outras doenças neurológicas como Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Doença de Alzheimer; traumatismos graves ao nível da cabeça, com ou sem desenvolvimento de hemorragia cerebral; infeções cerebrais como encefalite ou meningite; tumores cerebrais; intoxicações graves pelo consumo de tabaco, álcool e drogas ou exposição a chumbo. Frequentemente, não é possível apurar uma causa específica para o aparecimento da doença.
Existem diferentes tipos de crises epiléticas e, dependendo da apresentação e da área cerebral que está a ser afetada, podem manifestar-se diferentes sinais como: olhar fixo, aproximadamente entre 5 a 10 segundos, sem resposta a qualquer tentativa de estimulação; perda súbita da força muscular com consequente queda; pestanejo rápido ou revirar do globo ocular; movimentos involuntários da boca ou da face; movimentos rítmicos e bruscos de partes ou todo o corpo; rigidez muscular marcada; perda incontrolável de urina e/ou fezes; mordedura da língua e / ou da face interna da bochecha; perda súbita de consciência; comportamento confuso; relato de sensações subjetivas sensitivas, cognitivas ou emocionais.
O diagnóstico é complexo e, inicialmente, passa pela avaliação da história clínica, realização de uma avaliação cuidada por parte do médico e solicitação de exames complementares que permitam excluir outras causas confundidoras de Epilepsia. Por esta razão, é importante que, em caso de suspeição, não hesite em consultar o seu Médico de Família.
O tratamento é intensamente individualizado de acordo com os fatores predisponentes e as caraterísticas de cada doente. O objetivo não passa por curar a Epilepsia, mas sim por controlar a ocorrência das crises convulsivas. Além da instituição terapêutica é crucial o controlo dos níveis de stress e ansiedade, a restrição do consumo de álcool e tabaco, a manutenção de uma boa higiene do sono, a proteção face a estímulos intensos (luzes brilhantes, televisão, computador…) e o controlo das alterações hormonais na mulher (período menstrual na adolescência).
Se presenciar uma crise epilética saiba que deve manter-se calmo e tentar cronometrar a duração da crise, sendo que a maioria resolve em 1 a 3 minutos sem precisar de recorrer ao Serviço de Urgência. Deite o doente de lado, no chão ou na cama, previna os traumatismos removendo todos os objetos que estejam à volta do doente, coloque algo mole debaixo da cabeça e não introduza nada dentro da boca do mesmo. Observe atentamente a crise e, no final, quando esta passar o doente vai apresentar-se sonolento e confuso, vigie-o até que recupere, mantendo-o sempre em posição lateral de segurança. Lembre-se, cuide de Si! Cuide da Sua saúde!
12 Março 2024
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