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Varicela - a doença com pinta

A responsabilidade de todos

Voz à Saúde

2019-12-17 às 06h00

Joana Afonso Joana Afonso

A Varicela é uma das doenças mais comuns nos mais pequenos, sendo extremamente contagiosa, pelo que 9 em cada 10 crianças que ainda não tenham tido a doença ficam contagiadas se tiverem contacto com o vírus varicela zoster. Também atinge a população adulta, desde que nunca tenham tido antes a doença.
É mais frequente aparecer no Inverno e início da Primavera. O facto de uma pessoa poder infetar as outras ainda antes de ter desenvolvido sintomas da doença facilita o contágio que pode ser feito através do contacto direto com a pele infetada ou de partículas de saliva que se propaguem através da tosse ou espirros. Assim, o período de contágio varia de 1 a 2 dias antes dos sintomas aparecerem até 6 dias depois. Já o período de incubação é, em média, de 5 dias mas pode chegar aos 21 dias.

Saiba que a Varicela pode causar febre ligeira (mais grave no adulto), dor de cabeça, mau estar geral, perda de apetite e erupções da pele, sendo estas as lesões mais típicas. Começam por surgir pequenas manchas rosadas / avermelhadas que evoluem para lesões sólidas no espaço de horas e, em 3 a 4 dias, transformam-se em vesículas (pequenas bolhas de conteúdo líquido) que, finalmente, progridem para a formação de crostas. As diferentes fases da Varicela podem estar presentes em simultâneo na mesma pessoa. É comum a comichão acompanhar toda a evolução do quadro, sendo extremamente incomodativa. Aliás, o ato de coçar pode desencadear o aparecimento de infeções bacterianas, razão pela qual é importante manter as unhas das crianças (e dos adultos) curtas e limpas, de forma a diminuir o risco de traumatismo e infeção da pele. Tipicamente, as lesões começam no tronco mas, rapidamente, se podem espalhar a todo o corpo afetando o couro cabeludo, axilas, boca, face, genitais e até o trato respiratório.

Embora a Varicela seja uma doença controlável e benigna pode, por vezes, apresentar-se em formas mais graves que causem o aparecimento de complicações como pneumonia, encefalite (infeção no cérebro), celulite (infeção na pele) ou mesmo choque tóxico com perigo de vida. As formas mais graves surgem, tendencialmente, quando a infeção só é contraída na idade adulta, principalmente se tiverem as defesas imunitárias comprometidas.
É frequente ouvir-se que “só se tem Varicela uma vez na vida!”, o que é verdade, embora o vírus não seja totalmente eliminado. Ele fica como que “adormecido” no nosso corpo e quando reativa já não o faz sob a forma de Varicela mas sim de Zona – são também erupções da pele mas apenas numa parte mais circunscrita do corpo, que podem desencadear dor, formigueiro ou sensação de picada.
Importa salientar que as grávidas são um grupo de risco, dado que, se contraírem a doença no decorrer da gravidez podem transmiti-la ao bebé, havendo risco de malformações ou mesmo de morte fetal.
O diagnóstico da doença é clínico, não sendo necessária a realização de exames adicionais. Assim, em caso de aparecimento dos sintomas, não hesite em procurar o seu Médico Assistente.

O tratamento passa, essencialmente, pelo controlo dos sintomas, nomeadamente no controlo da comichão e da febre. Saiba que não deve usar a aspirina em crianças sob o risco de induzir complicações da doença. Para o controlo do contágio é essencial o isolamento da criança (não ir ao colégio ou à escola), ou do adulto, até que todas as bolhas do corpo sequem. De referir que está disponível em Portugal a vacina da Varicela, mas que não faz parte do Programa Nacional de Vacinação. A sua recomendação assenta, preferencialmente, em grupos de maior risco como: adolescentes e adultos mais suscetíveis (que trabalhem em creches ou infantários, professores, profissionais de saúde ou que contactem habitualmente com doentes imunodeprimidos; mulheres que ainda não tenham tido contacto e que o façam antes de engravidar, uma vez que, já não o poderão fazer durante a gravidez.
Lembre-se, cuide de Si (e dos Seus)! Cuide da Sua saúde!

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