Montalegre-Limianos em risco devido à neve
2018-10-02 às 06h00
Falta de comida e falta de funcionários para acompanhar a refeição são as situações apontadas pela Federação das Associações de Pais do Concelho de Braga nalgumas escolas onde o serviço está a cargo da empresa municipal BragaHabit.
A Federação das Associações de Pais do Concelho de Braga (FAP) agitou ontem a reunião do executivo municipal ao levar à vereação alguns problemas que se têm registado no fornecimento de refeições aos alunos.
A FAP, pela voz do presidente, Manuel Ribeiro, denuncia o “mau serviço” que está a ser prestado pela empresa municipal BragaHabit, que foi o alvo das críticas, e citou mesmo situações concretas em que a sopa não chegou para todas as crianças e em que um filete de peixe teve que ser dividido.
Os casos aconteceram nas escolas básicas de S. João do Souto e da Ponte Pedrinha, de acordo com a FAP.
Manuel Ribeiro denuncia ainda a falta de funcionários para acompanhar as crianças na hora das refeições e exemplifica o caso de uma escola em que há uma funcionária para mais de 60 crianças.
Mais que o servir da refeição, nas escolas do 1.º ciclo “é preciso que este tempo e o pós-refeição seja supervisionado” afirma o dirigente das Associações de Pais do Concelho.
Manuel Ribeiro critica a deliberação do executivo municipal que alterou o modelo que vigorou o ano passado e que mereceu um balanço positivo e aponta que “a Câmara está a pagar mais para ter menos serviço”.
Face aos valores envolvidos no protocolo estabelecido com a BragaHabit - na ordem do milhão de euros por ano - o presidente da FAP aponta o “grande negócio no serviço das refeições” que, no seu entender, “acaba por sobrepor-se aos interesses das crianças e das famílias”.
Aos jornalistas, no final da reunião camarária, o administrador executivo da BragaHabit, Vítor Esperança, admitiu que houve uma falha de recursos humanos nas primeiras semanas do ano lectivo e que as pessoas não tinha formação quanto às quantidades, o que gerou falta nalguns pratos, mas endossa a responsabilidade do empratamento e acompanhamento para a empresa à qual foi adjudicado o fornecimento das refeições.
Presidente refuta que refeições escolares sejam negócio
O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, refutou ontem, “de forma taxativa” que o fornecimento de refeições seja “um negócio para quem quer que seja”.
Ricardo Rio reafirmou que a opção da autarquia bracarense não passa por assumir o fornecimento das refeições, num concurso único para todas as escolas, “porque estaríamos a prejudicar muitos fornecedores de base local”.
Recusando que haja lucros, o edil bracarense reconhece que no dia em que a BragaHabit deixar de fornecer refeições fecha porqie “é a única forma dela obter receitas e cumpir os critérios para manter esta empresa municipal a funcionar”.
Quanto às situações identificadas pela Federação de Associações de Pais do Concelho, Ricardo Rio assume: “o que vamos exigir a qualquer entidade com a qual o serviço foi contratualizado é qualidade”.
A vereadora da Educação, Lídias Dias, confirma que lhe chegou a reclamação de uma escola por deficiências ao nível das refeições.
Quanto à falta de recursos humanos, Lídia Dias assume que tinha conhecimento e que foi encetado diálogo com a BragaHabit para debelar a situação, garantindo.
O vereador eleito pela CDU, Carlos Almeida, lembra que sempre viu com “muitas reservas” a prestação deste serviço pela BragaHabit, aludindo ao financiamento encapotado.
Para Carlos Almeida a opção para resolver a questão dos recursos humanos no acompanhamento das refeições passa por ser o Município a colocar os recursos necessários nas escolas.
Para a oposição socialista, os problemas verificados nas escolas ao nível das refeições são “intoleráveis”. O vereador Miguel Corais sustenta que o presidente da Câmara e a vereadora da tutela “têm de olhar para este problema e resolvê-lo” porque a responsabilidade é da autarquia.
28 Março 2024
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