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“Próxima crise a caminho? Mito ou Realidade”
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“Próxima crise a caminho? Mito ou Realidade”

Alto Minho

2019-12-13 às 15h15

Redacção Redacção

Especialistas presentes dividem-se na opinião. Uns falam em desaceleração da taxa de crescimento do PIB real e nos problemas do setor financeiro enquanto outros garantem que não existem indicadores que suportem a teoria de uma nova crise no período 2020/2023

Citação

A Escola Superior de Ciências Empresarias do Instituto Politécnico de Viana do Castelo promoveu, no passado dia 10 de dezembro a terceira edição das Jornadas de Organização e Gestão do Minho, organizadas pela coordenação de curso e pelos alunos da licenciatura em Organização e Gestão Empresariais. Discutir e refletir sobre temáticas atuais e impactantes tanto para a comunidade escolar como para o tecido empresarial foi o objetivo da iniciativa que trouxe a debate questões como: “A perspetiva económica 2020/2023” e a “Perspetiva da gestão de pessoas nas organizações”.
A Professora Catedrática, Aurora Teixeira, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, que abordou o tema “A evolução económica para o período 2020/2023”, falou dos desequilíbrios macroeconómicos ao longo das últimas décadas. Relativamente às perspetivas internacionais para 2020-23 “alertou para a desaceleração do crescimento económico a nível mundial, assumindo a Ásia como o “maior” motor da economia mundial”, não esquecendo na intervenção” a desintegração das economias e instituições multilaterais mais fracas com uma integração económica mais regionalizada implicando um ambiente mais complexo para as empresas”. Para a Europa Ocidental a professora catedrática falou dos baixos custos de financiamento para os governos e empresas, alertando que “o aumento das taxas de juro levará a uma diminuição do investimento e do crescimento económico”.
Para Portugal, considera Aurora Teixeira, que se “prevê uma desaceleração da taxa de crescimento do PIB real, o abrandamento do emprego e a deterioração da balança de bens e serviços”. Referiu ainda que “o impacto do BREXIT na economia portuguesa se refletirá na diminuição do investimento direto estrangeiro, das remessas de emigrantes e das exportações para o Reino Unido”, concluindo que “o consumo e investimento privados serão os motores do crescimento económico”.
O Professor Leonardo Costa da Universidade Católica Portuguesa, trouxe a debate a “A evolução económica para o período 2020/2023: A crise ainda não passou!”, analisando a crise financeira de 2008 na UE e em Portugal, as transferências entre os Estados Membros da UE, a evolução registada em Portugal de 2008 a 2021 e o que se avizinha nos próximos anos, referindo que o aumento da dívida pública em todos os países será uma realidade. Demonstrando que antes da crise 2008 existiam países deficitários e outros excedentários na balança corrente, Leonardo Costa, assume que “as taxas de desemprego não têm sido tão elevadas devido à contínua emigração”. Assume ainda que “as PME são quem domina o tecido produtivo português e que estas têm problemas de financiamento destacando “a baixa qualificação dos recursos humanos (trabalhadores e empresários)” que ainda é um problema em Portugal. Assumiu ainda que o sistema financeiro não está bem e alertou para o facto dos fundos de coesão da UE poderem ser reduzidos e para as consequências que daí podem advir.
Filipe Garcia CEO da IMF, S.A., falou mais do futuro: “O que nos dizem os mercados sobre o ciclo económico futuro”, considerando que os contextos se alteram muito rapidamente, mas com base nos leading indicatores da OCDE, garantiu que “não existem indicadores económicos que consigam suportar com garantia de que no período 2020-2023 existirá uma crise”.  O CEO disse ainda que “apesar de ser evidente o processo de desaceleração económica, já se começam a obter indicadores positivos, nomeadamente na China”, reforçando o facto que “uma desaceleração económica significa que a economia terá um crescimento positivo, mas inferior face a períodos anteriores, não sendo sinónimo de uma crise económica”.
Olhando para o Purchasing Managers’ Index (PMI) admite que” a situação tem vindo a melhorar ainda que gradualmente. Portanto, não existem dados macro que suportem essa situação. Considera ainda que se a economia mundial estiver a crescer, Portugal também irá crescer, não se prevendo nenhuma contração económica para 2020”. No entanto, o CEO deixa a ressalva de que “existem algumas perspetivas que podem eventualmente derivar em algumas nuvens negras sobre o cenário económico e que se possa extrapolar no sentido de dizer que existe uma probabilidade de, mas com total segurança não se pode afirmar que seja previsível uma crise”.
A Felicidade, o Tempo e o Mindfulness nas empresas
Enquanto no período da manhã os trabalhos estiveram centrados na perspetiva económica a parte da tarde centrou-se na gestão de pessoas nas organizações. Adelino Cunha, CEO da SOLFUT, Lda - I HAVE THE POWER, considerou que a “felicidade pessoal está em nós (não nas coisas, não nos outros)” sendo importante perceber que a “felicidade depende da nossa atitude e da nossa decisão”. “A felicidade não é um estado que dura sempre; a infelicidade também não. Então, temos de saber aproveitá-los e perceber que apenas dependem de nós! Quanta mais felicidade as empresas conseguirem promover nas suas pessoas, mais elas querem lá ficar, porque todos nós só queremos estar nos locais onde nos sentimos bem e com pessoas de que gostamos! Daí a importância de promover a felicidade para reter talentos!”
Já Paulo Santos, responsável de Formação e Recrutamento do Banco Best, evidenciou a importância do Tempo como elemento mais escasso e valioso da Terra. A importância de uma correta perceção sobre a Compreensão, o Valor, os Mitos e os Ladrões do Tempo para uma eficaz Gestão do Tempo, quer a nível organizacional/empresarial, quer a nível pessoal foi igualmente focada assim como a Procrastinação e as técnicas que podem ser utilizadas para a evitar. Por fim, apresentou a relação, muitas vezes direta, entre a existência de Conflitos numa organização com uma má Gestão de Tempo e com más práticas de delegação.
“Num mundo em constante mudança, em que as pressões e as solicitações se multiplicam diariamente, de que ferramentas dispomos para nos tornarmos presentes, focados, criativos, resilientes?” foi a questão trazida pela Consultora em Mindfulness, Florbela Silva, fundadora do Estúdio da Alma que com algumas técnicas e reflexões deixou a garantia que esta é uma abordagem cada vez mais presente no mundo das organizações.

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