Os bobos
Escreve quem sabe
2021-05-18 às 06h00
Serendipidade, Espanto, Otimismo, Resiliência, Humor, Liderança, Talento, Conhecimento, Excelência e Felicidade. As 10 palavras desta caminhada que partilho neste espaço, durante 10 meses. Nos meses anteriores, SERENDIPIDADE, ESPAN- TO, OTIMISMO, RESILIÊNCIA, HUMOR, LIDERANÇA, TALENTO, CONHECIMENTO. Hoje: EXCELÊNCIA. E nada melhor para falar sobre este tema ouvindo aqueles que falam na primeira pessoa. A ANEIS editou em Janeiro deste ano “Percursos com sentido”, um livro que reúne 15 entrevistas a 15 personalidades portuguesas. Nele, todos os entrevistados vão falar de excelência, e eu, fui minuciosamente sintetizar o que foram apontan- do ao falar sobre esta palavra. Não sem antes ler, reler, e voltar a reler, a nota introdutória escrita pelos organizadores. Os entrevistados têm algo em comum: “Quanto eles fizeram e fazem por todos nós! Quanto devemos agradecer e admirar o seu percurso, labor, empenho e dedicação em prol do bem comum! As personalidades, que se prontificaram a dar-nos um testemunho da sua vida, têm trajetos realmente edificantes e exemplares”. Por outras palavras, e indo ao encontro do título, são personalidades de percursos com sentido. Com sentido para eles, em primeiríssima mão, mas acima de tudo, com sentido para todos nós. Por isso a ANEIS quis perpetuar os seus percursos, homenageando-os com esta edição. O prefácio, escrito por Manuel Ferreira Patrício relembra-nos a sua “Escola Cultural” (qualquer professor da minha geração se lembra bem desta “nova” escola) e o Posfácio de António Sampaio da Nóvoa que indica três constantes nos diferentes percursos de vida, aqui resumidamente: paixão, ação, apoio. Quanto à palavra excelência, retirei uma ideia de cada entrevistado, que a mim me fizeram sentido. Porque de sentido se trata também este livro.
Filipe Pinto-Ribeiro: “A excelência é, para mim, um ideal artístico. São muitos os projetos musicais que me movem na construção da excelência.”
Ola Roriz: “Como um dia disse o meu amigo e grande encenador Ricardo Pais: ‘Já não sei fazer mal’. Esta afirmação nada tem de pretensiosa. O árduo caminho percorrido, em busca do melhor de nós, oferece-nos uma sabedoria extra.”
Adriano Moreira: “Quando a geração que se segue avaliar o legado daquela a que vai suceder, não vai ser benevolente. Se servir a minha lembrança, ...que os jovens, que terei influenciado como professor, me vão esquecendo, mas apenas lentamente.”
Diná Azevedo: “Move-me e motiva-me fazer parte de uma instituição, onde sou e não apenas estou, em que, para atingir a excelência, nos aventuramos, muitas vezes, a praticar a superação,...”
Francisca Van Dunem: “Persistência, ou resiliência como hoje é mais comum designar-se. Mas também empenho, firmeza e tranquilidade. E humildade,...”
Januário Torgal Ferreira: “Sem autocomplacência pelo que sou e procedo, a vida chamou-me sempre a atenção para fenómenos e acontecimentos, os quais não poderiam contentar-se com uma mera escuta, sem sequências lógicas.”
Fernanda Ribeiro: “E se cada um de nós consegue ser o melhor de si em vez do pior de si, o mundo acaba sempre por ser melhor também.”
Nuno Delgado: “O empenho é fundamental para o sucesso em qualquer atividade de excelência, contudo, a orientação desse empenho é que determina o sucesso.”
Maria Leonor Pires de Freitas Campos: “... é uma procura constante de melhoria, de respeito, de autoanálise, de modo a melhorarmos e, nesta insatisfação, procurarmos ser cada vez melhores, mais responsáveis, e respeitarmos a sociedade, sendo assim elementos ativos na mudança da mesma.”
Rui Nabeiro: “É imperioso sonhar sempre com aquilo em que se acredita. O sonho é o oxigénio da realidade... a antecipação e o sonho exigem uma gestão regrada e parcimoniosa.”
Ana Pires: “O que me move é o querer desafiar todos os dias os meus próprios limites… Quero aprender, sempre!”
Manuel Antunes: “Evidentemente, fazer ou não fazer depende da nossa vontade e perseverança. A solução está muitas vezes ao nosso alcance; não percamos tempo a procurar nos outros aquilo que podemos encontrar em nós próprios.”
Sobrinho Simões: “De forma simplificada,... a influência das pessoas e das instituições com que me relacionei; depois o trabalho, trabalho, trabalho,... e finalmente o fator sorte.... em termos de saúde, das gentes e dos sítios.”
Afonso Cruz: “Há sempre alguns fatores que contribuem para se ter algum sucesso, mas também há uma certa dose de teimosia, afinco, trabalho. As oportunidades, por si só, são impotentes, mas se conjugadas com a dedicação podem determinar algum grau de êxito.”
Voltando à nota introdutória, para terminar onde comecei, a frase de Johann W. Goethe “Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho (paixão) e sobre ele lança toda a força da sua alma (ação) , todo o universo conspira a seu favor (apoio) ”, reencontra no posfácio as constantes de tão diferentes histórias de vida.
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