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2022 será o ano para dizer adeus à pandemia?

A Cruz (qual calvário) das Convertidas

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2022 será o ano para dizer adeus à pandemia?

Ideias

2022-01-03 às 06h00

Felisbela Lopes Felisbela Lopes

Os números de ontem são baixos para o atual contexto: 11.080 novas infeções por Sars-CoV2. Há um ano, a 2 de janeiro, contávamos 3384. Os casos haveriam de subir, mas nunca para patamares tão elevados como os de hoje. A Ómicron tem um nível de contágio nunca visto. Todavia, a percentagem de portugueses vacinados salva-nos da severidade da doença. Ontem registaram-se 14 mortes. Há um ano esse número era de 73. Estamos num nível diferente da pandemia, mas as interrogações são muitas. Por isso, abrimos o ano sem saber o que teremos pela frente.
Neste domingo, permanecemos ainda com as rotinas das férias de Natal. Os horários são ainda distendidos. Ao fim do dia, cada um de nós procurará acertar o passo com as rotinas que teremos pela frente a partir desta segunda-feira. No entanto, continuamos com a instabilidade a que nos habituamos desde março de 2020. Ninguém sabe muito bem o que estará a fazer daqui a uma semana e essa incerteza permite-nos perceber que continuamos imersos numa pandemia que nos subtrai futuro.

Trabalhando num dos grupos que periodicamente participa nas reuniões do Infarmed, estou em contacto permanente com projeções e com números reais da doença. Há duas certezas e uma grande dúvida: a variante agora dominante dá uma escala gigantesca ao número de infeções, mas a gravidade da doença está agora muito mais atenuada. Há mais infetados, mas menos internados e menos mortes. E isso, de certa forma, dá-nos algum descanso. Existe, porém, uma pergunta em aberto: teremos nós um aumento substancial de infeções nas próximas duas semanas? Não há respostas fechadas para esta pergunta crucial. Por isso, é muito difícil fixar medidas de restrição, mas ninguém duvidará que esta semana de contenção se apresenta como uma medida acertada. Mesmo receando ficar infetada e podendo fazer autotestes, a população, de um modo geral, juntou-se para festejar o Natal e a passagem do Ano. Muitos em grupos pequenos, outros em modo pré-pandémico. Uns e outros somaram contactos. Daí ser avisado impor dias de travão para interromper cadeias de transmissão silenciosas, mas em acelerado curso.

Embora pouco sabendo acerca do modo como vamos atravessar este primeiro mês do ano, de uma coisa estamos seguros: as vacinas têm tido um papel importante para reduzir a severidade da doença. E isso deveria fazer-nos pensar na obrigação que temos em nos fazer vacinar e em vacinar as nossas crianças. Nas últimas semanas, ouvimos relatos sobre a percentagem de doentes internados com Covid-19 que não estavam vacinados. E se muitos se interrogam sobre a legitimidade que existe na obrigatoriedade da vacinação, outros poderão também perguntar se o Serviço Nacional de Saúde deverá suportar os custos dos tratamentos de quem recusou a vacina. Uma e outra questão não devem entrar em debate público, porque não fazem sentido. Sobretudo em sociedades democratas que devem lutar pelo bem coletivo. Como a nossa.
Passaram quase dois anos desde que este vírus rebentou com o nosso quotidiano. De então para cá, muito aprendemos nesta coabitação tensa com uma doença sem perfil definido. Desconhecemos muito daquilo que importaria saber, mas dominamos já algumas armas de defesa. Que deveremos usar em riste para enfrentar este imprevisível inimigo que ainda temos à frente.

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