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Correio
2011-10-25 às 06h00
Fátima Nascimento
Sempre que me deparo com revistas, reportagens, documentários, etc. sobre África, não posso esconder, como nunca o fiz, o fascínio que este continente exerce (sempre exerceu) sobre mim.
O que me entristece é ver um povo mergulhado na miséria, a morrer de fome ou mergulhado na guerra, no desespero, na angústia... enquanto a corrupção e a ganância grassam... Recordo também, os euro-africanos (europeus que, durante a política colonialista dos países europeus, para lá foram à procura de uma vida melhor, entre outros motivos, e que por lá ficaram e amaram (e amam!) aquela terra e se viram obrigados a regressar à terra de seus pais ou avós, que nunca conheceram e a qual não passava de um nome ou um ponto distante perdido, no mapa do continente europeu... e a política da descolonização, igualmente errada, a meu ver, que tirou àquelas terras africanas os seus filhos, (falo daqueles que amam verdadeiramente aquelas terras e ainda hoje trazem na alma a vastidão das planícies...) sem lhes darem a mínima hipótese de escolha.
A política feita em cima do joelho, (como a maioria das políticas feitas em Portugal), foi a grande culpada disso. Depois, surge a questão, como teria sido a vida daquele povo, se a desco-lonização tivesse sido feita gra-dualmente, com a transferência de poderes feita também da mesma forma... dando oportunidade aos que quisessem ficar e aos que quisessem partir... sim, porque muitos não queriam ficar, mas outros havia que aceitariam de bom grado as novas condições e só desejavam um lugar na sua terra...
Podem argumentar que, os que amam verdadeiramente aquela terra, ficaram por lá, não voltaram... É verdade, mas também há aqueles que regressaram para salvar as suas vidas...
Dos muitos que se viram obrigados a abandonar a sua terra, dava para ver, falando com eles, os que amavam verdadeiramente aquela terra e os que só lastimavam a perda de poder económico... os primeiros ainda hoje querem regressar para contribuirem humildemente para o desenvolvimento da sua terra, os outros só pensam em regressar com o intuito de vender as terras que “pertenceram” aos pais, avós... do que eles se esquecem, é que aquela terra pertence aos negros que já lá viviam antes dos europeus a ocuparem à luz de uma política colonialista injusta e que, por isso mesmo, ela não lhes pertence.
Depois, quem lhas venderia? Alguns funcionários estatais corruptos que mais não querem que enriquecer à custa do pobre povo, sabendo que o subsolo é riquíssimo e que querem tirar o máximo proveito, à luz da mentalidade economicista ocidental?
E em que se basearão para fa-zer tal venda? Em papéis assinados por europeus?
É preciso não esquecer que a História não é (ou não deve ser) uma quantidade de papéis assinados; a História começa muito antes disso!
Depois, é também uma questão de justiça: quem estava lá pri-meiro, deve ter alguns direitos sobre os que vêm depois, ou não?
Ou antes de venderem fazem uma compra fictícia ao pobre povo africano? De que mais trafulhices vai este povo, já tão sofredor, ser ainda vítima? Isto é um quadro pouco provável ou mesmo improvável nos tempos presentes mas no futuro mais ou menos próximo, nunca se sabe! Agora, perguntem quem quer voltar e recomeçar do nada e os que aceitam mas com a condição de tudo continuar como antes do 25 de Abril... logo ficarão a saber onde reside a verdadeira alma africana!
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