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A arte de enganar

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A arte de enganar

Ideias

2024-09-09 às 06h00

Álvaro Moreira da Silva Álvaro Moreira da Silva

“Dados e informação” foram, ao longo da minha carreira profissional, áreas nas quais me debrucei. A sua relevância, mas também a sua complexidade, foram despertando cada vez mais o meu interesse. Se em tempos o meu trabalho se focava no desenho, conceção de bases de dados e na procura de variados mecanismos para extrair informação relevante para retalhistas, posteriormente aprendi o porquê da necessidade de se discutirem processos relacionados com a proteção da informação. Simultaneamente, tomei consciência da importância de algumas iniciativas, nem sempre consensuais, tais como a necessidade de se classificarem os dados de uma organização. Ao classificá-los por categorias, baseados na sua criticidade, por exemplo, as organizações conseguiriam gerir e controlar, com maior acuidade, o acesso aos mesmos.
Na atualidade, talvez devido a variados fatores de conjuntura mundial, estas temáticas têm vindo a ser cada vez mais valorizadas pelas equipas de gestão e Tecnologias de Informação (TI). Tenho vislumbrado, por exemplo, iniciativas de colegas de profissão que destacam a premência de educarem, mais e melhor, os colaboradores dos diferentes departamentos, promovendo estes temas, e realçando o seu papel no seio da organização. Constato, acima de tudo, uma forte aposta na formação contínua, instigando os profissionais a participar em diversas ações formativas com maior regularidade. Estes tipos de diligências são essenciais nos dias que correm, sobretudo porque permitem equilibrar a organização, num mundo cada vez mais digital e altamente dinâmico, potenciado pela inteligência artificial.
De facto, a segurança de uma organização é uma questão de equilíbrio, já o defendia o famoso hacker Mitnik, no livro «A arte de enganar». Se não implementarmos iniciativas de segurança, tornamo-nos vulneráveis a ataques. Mas, se as tivermos em demasia, poderemos também estar a criar entropia desnecessária nos nossos processos, retardando o crescimento dos próprios negócios. Ensinar o papel dos dados e da informação, perceber a necessidade para a sua classificação e permitir a tomada de consciência do emaranhado de áreas passíveis de se tornarem inseguras para a empresa, são mecanismos essenciais à sua sobrevivência e reputação.
Muito embora nem todos tenham acesso a este tipo de ações formativas, começo o ano com este breve artigo de opinião, sensibilizando os leitores para os temas supracitados, nomeadamente se pensarmos neles numa perspetiva pessoal. Desta vez, decidi fazê-lo graças ao número crescente de telefonemas, mensagens anónimas e emails suspeitos que também eu, infelizmente, fui recebendo nos últimos tempos. Gostaria de vos alertar, desta forma, para a preponderância dos nossos dados e para a necessidade de nos instruirmos no sentido de os protegermos.
Mantenham-se atentos e não sejam enganados(as). Recordem-se que não importa o número de medidas de segurança implementadas pelas organizações ou por si, com mais ou menos tecnologia de suporte a prometer milagres, se a sua organização ou até o próprio leitor não conseguirem classificar os dados ao vosso dispor. De seguida, procurem obter mais e melhor formação nesta área, essencial nos tempos vindouros. Se não o fizerem, continuarão “desequilibrados” e vulneráveis a ataques cada vez mais ardilosos de agentes da engenharia social. Por fim, não se esqueçam, que a ignorância, leviandade e os erros humanos representam a maior ameaça à nossa segurança!

* com JMS

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