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A Capital Verde, o Pinheiro e as Nicolinas

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A Capital Verde, o Pinheiro e as Nicolinas

Ideias

2024-11-23 às 06h00

Vítor Oliveira Vítor Oliveira

Na próxima semana, Guimarães viverá dois momentos importantes, ainda que distintos na sua essência. Na quarta-feira à tarde, após apreciação da terceira candidatura vimaranense, saber-se-á se o Berço da Nacionalidade será Capital Verde Europeia em 2026. Acredita-se que sim. Estou confiante que será.
Dois dias depois, na sexta-feira, véspera de fim de semana, as ruas de Guimarães vão apinhar-se para viver a noite mais longa do ano: o desfile do Pinheiro que dá início às Festas Nicolinas, responsáveis por uma longa tradição de quase quatro séculos que, hoje, continua a arrastar multidões.
Em Valência, Capital Verde Europeia 2024, será anunciada a cidade que exibirá esse estatuto dentro de dois anos – mesmo após a catástrofe climática que afetou recentemente a cidade espanhola, ainda a recompor-se de uma tragédia natural que pronunciou combater na elaboração da sua candidatura.

Ironias de um destino que nos convidam a refletir séria e verdadeiramente sobre a necessidade de se pensar na concretização de um Plano de Saúde para o Planeta Terra. Nos anos 40, o economista francês François Perroux defendia que os custos da Humanidade são excessivos para o planeta.
Já passou quase um século! E parece que ainda não se aprendeu com as lições do passado! Respeitar o que ficou para trás é encontrar novas soluções no futuro. E, sempre que possível, tal como a teoria recomenda, aperfeiçoar e atribuir-lhe valor acrescentado.
Diz-se (e ouve-se) muitas vezes que não temos Planeta B. Puro engano. Teremos sempre planeta. O que podemos não ter são pessoas que saibam cuidar do território onde temporária e provisoriamente habitam. Porque planeta haverá sempre...!

Basta olhar para a fita da História. Na mais recente, até! O ser humano, no sentido mais lato, sem avaliarmos a sua ação qualitativa, é que tem sido “expulso” da superfície terrena. Com episódios ambientais, catástrofes naturais, cheias e tempestades que arrastam vidas. Porque, na verdade, não tem sabido preservar o que herdou.
E o planeta tem continuado por cá!
Pode permanecer adoentado, com patologias referenciadas e cancros ambientais diagnosticados. A este ritmo, sabe-se que vão continuar a ser provocados outros eventos climáticos, com possibilidade de agravamento, mas com nomes anglo-saxónicos pomposamente atribuídos pelo… ser humano!
Depois da tempestade, a bonança só surgirá se algo for efetivamente feito. Até lá, a realidade terá poucas possibilidades de ser alterada e o ambiente, a natureza, o nosso meio, permanecerá em fila de espera nas urgências, à espera de ser tratado como deve (e tem) necessariamente de ser.

Há um dogma em forma de metáfora que se enquadra perfeitamente num exercício comparativo que eventualmente se queira formular.
A Humanidade divide-se em dois grandes grupos: os que fazem poços e os que envenenam a água.
Façamos novos poços para que (mais) pessoas possam beber água. Outros, infelizmente pela sua natureza, estarão mais concentrados em prejudicar, retirar esperança e envenenar o espírito empreendedor do Bem. Dos detratores, a História nada dirá.

Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos e, muitas vezes, esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores para o nosso planeta.
Que a vida faça connosco o que a primavera faz com as flores! Deitemo-nos no chão e sintamos o coração do planeta a bater.
Com a mesma genuinidade e autenticidade que bate um coração nicolino quando se aproxima o dia 29!
Que a próxima semana seja de celebração, a dobrar, com o Pinheiro deste ano a ser erguido, firme e hirto, também como símbolo da conquista do título ambiental europeu.

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