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A celebração da Semana da Interculturalidade no ‘Mês da Liberdade’

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A celebração da Semana da Interculturalidade no ‘Mês da Liberdade’

Voz às Escolas

2024-04-10 às 06h00

Paulo Antunes Paulo Antunes

A interculturalidade, enquanto pilar da sociedade contemporânea, assume um papel de relevo na construção de comunidades mais ricas, diversas e inclusivas. Esta realidade é particularmente palpável no contexto educativo, como se observa no Agrupamento de Escolas de Maximinos, um agrupamento TEIP que acolhe 1707 alunos, dentre os quais 514 são estrangeiros de 48 nacionalidades diferentes, abrangendo os cinco continentes, dos quais 30 com estatuto de refugiado e 83 alunos ciganos. Este microcosmo reflete a sociedade portuguesa atual, cada vez mais plural e multicultural, e oferece uma oportunidade única para celebrar e compreender a importância da interculturalidade na Escola Pública, na nossa sociedade e na economia, especialmente no contexto da celebração dos 50 anos do 25 de Abril.
A interculturalidade na Escola Pública transcende a simples coexistência de diferentes culturas. Esta promove o diálogo, o respeito mútuo e a aprendizagem contínua entre alunos de diversas proveniências. Esta diversidade cultural é uma ferramenta educativa poderosa que prepara os jovens para viverem num mundo globalizado, ensinando-lhes competências sociais cruciais como a empatia, a tolerância e a flexibilidade. Além disso, a exposição a diferentes perspetivas e formas de vida desde cedo, contribui para a formação de cidadãos mais informados, conscientes e preparados para os desafios de uma sociedade cada vez mais interconectada.
No tecido social, a interculturalidade enriquece a comunidade, promovendo a inovação e a criatividade através da fusão de diferentes ideias, tradições e perspetivas. Esta diversidade cultural é um motor de desenvolvimento social e económico, uma vez que contribui para uma sociedade mais dinâmica e adaptável. Em Portugal, país de acolhimento por excelência, a integração de imigrantes e a celebração da diversidade são vistas como oportunidades para rejuvenescer e dinamizar a economia, promovendo a criação de emprego, o empreendedorismo e o turismo cultural.
Economicamente, a diversidade cultural traduz-se em benefícios palpáveis. As empresas que promovem a diversidade e a inclusão tendem a ser mais inovadoras e têm maior capacidade para penetrar em mercados internacionais, refletindo a capacidade de adaptar produtos e serviços a uma clientela diversificada. Além disso, a diversidade linguística e cultural pode impulsionar o setor turístico, um pilar fundamental da economia portuguesa, ao oferecer uma experiência mais rica e autêntica aos visitantes de todo o mundo.
No entanto, para que os benefícios da interculturalidade sejam plenamente aproveitados, é fundamental que haja uma política de integração eficaz que promova o diálogo intercultural e combata o racismo, a xenofobia e todas as formas de discriminação. Neste sentido, a educação desempenha um papel crucial, não apenas transmitindo conhecimentos, mas também fomentando valores de respeito, igualdade e solidariedade.
Celebrar os 50 anos do 25 de Abril implica também refletir sobre os valores de liberdade, igualdade e fraternidade que esta data simboliza e como estes podem ser vividos num contexto de crescente diversidade cultural. A Revolução dos Cravos marcou o início de uma nova era de abertura ao Mundo, em que Portugal se afirmou como um país mais democrático e inclusivo. Integrar estes valores na prática educativa e no quotidiano da sociedade portuguesa é uma forma de honrar o legado de Abril, promovendo uma cultura de paz, diálogo e entendimento mútuo.
A celebração da Semana da Interculturalidade no AE Maximinos, nos 50 anos do 25 de Abril, reafirma o compromisso de Portugal com os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, reconhecendo na diversidade cultural um dos seus maiores tesouros. É através do diálogo, da educação e da integração que podemos construir uma sociedade mais justa, inclusiva e próspera para todos.

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