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A cidade dos 3 P’s

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A cidade dos 3 P’s

Ideias

2018-10-02 às 06h00

João Marques João Marques

Não é da costumeira brejeirice que aqui vos falo. Este texto não é mais malandro do que um qualquer prato de Pica no Chão. Os 3 P’s a que me refiro servem para resumir o primeiro ano do segundo mandato de Ricardo Rio enquanto presidente da Câmara Municipal de Braga.
Quando me calhou em sorte, enquanto membro da Assembleia Municipal, analisar os primeiros quatro anos de trabalho da Coligação Juntos por Braga à frente da autarquia, comparei-os aos três grandes desígnios do 25 de abril – descolonizar, democratizar e desenvolver – para resumir a ação política empreendida e os ganhos comunitários que ela representou para todos os bracarenses.

Lembro-me de haver sublinhado o facto de se ter conseguido “descolonizar” a autarquia, mas também as juntas de freguesia, livrando-as de uma lógica de subserviência e de manifesta ocupação por parte dos poderes político-partidários. Era chegada a vez das reais necessidades da população tomarem o palco e serem, finalmente, as únicas protagonistas relevadas nos paços do concelho.
A democratização chegou em força, através de um novo ar, mais facilmente respirável, inclusivo e avesso a temores anacrónicos ao poder político. Era preciso valorizar a sociedade civil, dar liberdade aos agentes culturais e cívicos de Braga e dessacralizar a relação dos cidadãos com a Câmara Municipal e o seu Presidente. Não mais tivemos um autocrata e as portas dos gabinetes dos responsáveis políticos abriram-se para não mais se fecharem aos bracarenses.

Finalmente, o desenvolvimento foi a tónica dominante de um mandato que pôs Braga no mapa regional, nacional e internacional. Foi com Ricardo Rio que deixámos de ser notícia pelos maus motivos e passámos a ouvir ecos da Braga empreendedora, amiga do emprego e das famílias, apostada nas Start-Ups mas também na valorização do comércio tradicional. Crescemos a um ritmo superior a várias médias: distritais, regionais e nacionais. E isso antes e depois das mudanças de governos centrais. Fomos a constância da prosperidade e não mero fogacho da especulação.

Foi, por isso, com expectativa que vimos Ricardo Rio lançar-se para um segundo mandato, com uma votação reforçada e muito expressiva, agora com a possibilidade de começar a delinear um caminho perfeitamente autónomo do ponto de vista programático e estratégico. Ou assim se esperaria, não fossem as permanentes assombrações do passado, que surgem sob as vestes de dívidas antigas, caucionadas em tempos mesquitistas, mas cuja fatura é reclamada a quem nunca assentiu a tais propósitos. Para mim, o “P” dos pagamentos dessas dívidas, que surgem e ressurgem com uma voragem predatória sobre os cofres da autarquia, são, infelizmente, uma das marcas visíveis deste primeiro ano. Sem culpa própria, Ricardo Rio e a sua equipa vêem-se a braços com recorrentes demandas judiciais onde (quase invariavelmente) a autarquia é condenada a ressarcir terceiros por motivos que apenas o PS pode explicar (embora duvide que alguma vez possa justificar).

O segundo “P” é mais feliz, é o “P” do velhinho Parque de Exposições de Braga que agora se metamorfoseou em Fórum e é o símbolo feliz do desenvolvimento a que aludi e que caracterizou o primeiro mandato da Coligação Juntos por Braga. Se é verdade que o aeroporto Humberto Delgado se tornou curto para as ambições de Portugal se abrir ao mundo, não menos verdadeira era a opinião, que quase todos os bracarenses tinham, sobre as insuficiências do velhinho PEB em dar resposta às legítimas expectativas de todos em albergar, no nosso concelho, grandes eventos e feiras internacionais.
A nova infraestrutura já foi posta à prova e passou com distinção no teste das grandes realizações públicas, o que, só por si, nos permite sonhar com um futuro ainda mais risonho para a economia de Braga.

O último “P”, e para mim o mais relevante, é o do Parque da Rodovia. Muito se especulou sobre os contornos da permuta de terrenos entre um privado e a autarquia que permitiu alargar o espaço de usufruto público tal como hoje o conhecemos. É, para mim, claro e cristalino, hoje como na altura dessas polémicas, que era muito mais o que o concelho e os bracarenses iam ganhar com a referida permuta do que as eventuais, não provadas e, de todo o modo, incipientes perdas imobiliárias que se alegaram. Quem já teve a oportunidade de passear e usufruir do renovado Parque da Rodovia, percebe qual o pensamento estratégico que preside às decisões da autarquia e não pode deixar de nele se rever.

São agora os cidadãos, a melhoria das condições de vida e a reconciliação dos bracarenses com os espaços emblemáticos da cidade que regem a ação do município. E isso leva-me a adicionar um “P” ao trio inicial. O “P” das pessoas, a primeira e última prioridade de Ricardo Rio, não como ideia abstrata, mas antes como força motriz da mudança, com real tradução no seu dia-a-dia. Foi por aqui que começou a ganhar o crédito junto dos eleitores e é por aqui que todos esperam que continue a merecê-lo.

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