Perceções
Ideias
2016-02-22 às 06h00
Tenho para mim que escrever representa um acto individual de desenho e composição de palavras que, quando articuladas com sentido, poderão ser úteis. Quando lidas criticamente, poderão ser ainda mais úteis na procura e consolidação do conhecimento. Escrever é, assim, na sua génese, um acto individual (porque feito apenas por nós próprios) e egoísta (nos termos exactos do reflexo do nosso pensamento) que, quando partilhado livremente, ganha expressão comunitária (porque, a todos, passível de acesso e interesse).
Com este pensamento, inicio hoje uma colaboração quinzenal com o ‘Correio do Minho’, ousando partilhar com os seus leitores os meus pensamentos centrados num tema cada vez mais determinante da (qualidade de) vida das pessoas: a cidade. Actualmente, a cidade é palco de actuação quotidiana da maioria da população mundial e compete, em produção de riqueza, projecção e influência, com inúmeros países dos cinco continentes.
A cidade é um organismo dinâmico e de tão forte impacto sobre a vida e o comportamento das pessoas que é factor incontornável para a formação e bem-estar de cada um de nós enquanto pessoas. Afinal, é nela que nos relacionamos com os outros, transformando os seres humanos que somos em pessoas. É sobre ela que consumimos grande parte do nosso tempo diário, respondemos às nossas necessidades e materializamos os nossos sonhos.
Ao longo da história, tida apenas como o palco físico da actuação humana, nomeadamente como suporte às trocas de produtos e aglomeração de pessoas, outras vezes como palco de produção cultural e expressão comunitária, urbe, polis, civitas, cidade satélite, metrópole, …, a importância da cidade foi, sucessivamente, subindo de nível e dimensão, num processo ora tantas vezes de ruptura, outras tantas de ajustamento; num processo complexo de interesses e compromissos, ambições e necessidades, perguntas e respostas incomensurável e diversificado, ainda hoje verdadeiro desafio à investigação e conhecimento humanos.
Entre a convicção de que o processo urbano é (ou deve ser) muito mais fruto de ajustamento do que de ruptura (mas que este existe e, por vezes, é necessário), não é linear e consensual, antes perspetivado e polémico, fica a convicção de que falar e pensar a cidade é fundamental no exercício de cidadania e na procura de um quotidiano mais atento às nossas necessidades e desejos. Ou seja, mais humano e qualificado.
Até porque, hoje, e à escala regional, vivemos um tempo de expectativa e de perspectiva muito intenso: tempo de expectativa sobre a capacidade e disponibilização de fundos financeiros necessários à concretização dos projectos e intervenções desenhadas; tempo de perspectiva tão grandes e vastos são esses projectos desenhados.
Resultado quer de uma prática consolidada no tempo, quer de novas dinâmicas e ambições que se instalam de forma afirmativa, o conjunto das cidades da região evidencia-se, e evidencia, uma clara intenção de acrescentar um nível de exigência e conquista, fixando uma ambição de projecção e polaridade das respectivas urbes que importa valorizar e incentivar sem prejuízo do seu acompanhamento atento e crítico, na certeza de que a participação pública, seja individual ou colectiva, pontual ou sistemática, sempre que coerente e criticamente (bem) intencionada, é factor distintivo e qualificador da cidade. Porque, não há dúvida: a cidade só existe porque existem pessoas. E a cidade é das pessoas. E para as pessoas. Todas, sem excepção!
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