Nevoeiro soprado, verão sem mergulho adiado
Escreve quem sabe
2017-12-21 às 06h00
A ciência não é só dos cientistas. A ciência é de todos os cidadãos. Mas, para que todos possamos ter acesso à ciência desenvolvida pelos cientistas, é necessário a mediação de divulgadores e comunicadores de ciência.
Martin Rees, astrofísico de renome mundial, é um dos incontornáveis divulgadores de ciência do nosso tempo. Astrónomo Real da Grã-Bretanha e ex-presidente da Royal Society de Londres (a mais antiga sociedade científica do mundo), Rees escreveu vários livros de divulgação científica entre os quais o popular ‘O Nosso Habitat Cósmico’, publicado em Portugal pela Gradiva.
Em Outubro passado, a Gradiva publicou na sua prestigiada colecção ‘Ciência Aberta’ mais uma obra de Martin Rees: ‘Para o Infinito - Horizontes da Ciência’. Parece-me pertinente transcrever aqui o início da introdução deste livro: “A ciência está a interferir mais do que nunca nas nossas vidas. Muitos assuntos políticos fulcrais - energia, saúde, ambiente, etc. - têm uma dimensão científica. Na verdade, as escolhas que os nossos governos fizerem nas próximas décadas podem determinar o futuro da Terra.
O século XXI é o primeiro na História da Terra em que uma espécie, a nossa, tem o poder de determinar o destino de toda a biosfera. A ciência não é apenas para os cientistas: as decisões sobre o modo como ela é aplicada devem resultar de um debate público alargado. Mas, para que isso aconteça, todos nós devemos ter uma «ideia» dos conceitos-chave da ciência. Além da sua importância prática, estes conceitos devem ser parte da nossa cultura comum. Os grandes conceitos da ciência - ou, pelo menos, umas «luzes» destes - podem ser transmitidos através de termos não técnicos e imagens simples.”
Com uma linguagem muito acessível, ajudada por uma boa tradução do original inglês para o português feita por Maria de Fátima Carmo, Martin Rees apresenta-nos neste livro vários aspectos da relação entre a ciência, os cientistas, os políticos, o público em geral, entre outros assuntos como seja o do próprio futuro da ciência. O livro é composto por quatro capítulos que resultaram da transcrição de igual número de palestras, incluídas nas populares Palestras Reith da BBC inglesa, que o autor concebeu e que foram proferidas em 2010.
O seu conteúdo continua actual e muito pertinente. Os quatro capítulos são: O Cidadão Científico; Sobreviver ao Século; O Que Nunca Saberemos; Um Mundo em Fuga. Cada um ocupa cerca de trinta páginas, que preenchem bons momentos de leitura sobre assuntos que nos dizem respeito a todos. Reflexões lúcidas sobre problemas que estão na agenda do nosso mundo actual, como sejam o aquecimento global, ou o impacto da internet na nossa sociedade. Os quatro capítulos podem ler-se independentemente um dos outros, pelo que a curiosidade do leitor guiará a sua leitura.
Como escreve Martin Rees, a ciência, para além de nos permitir ter noções que sustentam opiniões próprias sobre os maiores desafios da humanidade, é uma fonte de prazer e de maravilhamento para toda a gente. Assim também é com a leitura deste livro que aconselho a todos.
08 Julho 2025
Com a sessão iniciada poderá fazer download do jornal e poderá escolher a frequência com que recebe a nossa newsletter.
Escolha as categorias que farão parte da sua página inicial.
Continuará a ver as manchetes com maior destaque.
Faça login para uma melhor experiência no site Correio do Minho. O Correio do Minho tem mais a oferecer quando efectuar o login da sua conta.
Se ainda não é um utilizador do Correio do Minho:
RegistoRegiste-se gratuitamente no "Correio Do Minho online" para poder desfrutar de todas as potencialidades do site!
Se já é um utilizador do Correio do Minho:
LoginSe esqueceu da palavra-passe de acesso, introduza o endereço de e-mail que escolheu no registo e clique em "Recuperar".
Receberá uma mensagem de e-mail com as instruções para criar uma nova palavra-passe. Poderá alterá-la posteriormente na sua área de utilizador.
Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos.
Deixa o teu comentário