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A expressão e educação física motora e a educação física: uma viagem do 1.º Ciclo ao Ensino Secundário

A responsabilidade de todos

Ensino

2018-10-10 às 06h00

Ricardo Lima Ricardo Lima

AEducação Física é considerada uma das disciplinas mais importantes, a par da Matemática e do Português. Nos últimos tempos, a comunicação social tem escrito acerca dessa mesma importância e como deve ser valorizada e credibilizada a disciplina.
Desta forma, é importante refletir sobre os dois pontos seguintes:
O primeiro ponto carateriza-se pela introdução das provas de aferição e a colocação em prática dessas mesmas provas no âmbito na Expressão e Educação Físico-Motora.

1. Introdução das provas de aferição de Expressão e Educação Físico-motora no 1º ciclo do ensino básico.
Neste primeiro ponto, pode-se pensar que se começa a valorizar a importância da atividade física no contexto escolar. Porém, é necessário colocar as seguintes questões: “Os alunos cumprem no seu horário letivo a sessão obrigatória para a realização da sessão de Expressão e Educação Físico-Motora (1h semanal)?”; “Terão os professores titulares de turma competências para abordar tais atividades?”; “Estarão as provas de aferição ajustadas às competências motoras das crianças e ao currículo do 1º Ciclo do Ensino Básico?”;” As Escolas têm as condições materiais e humanas necessárias para a realização das provas?”.
São muitas questões que podem dividir opiniões, mas devem ser refletidas anualmente para se evitar “construir a casa pelo telhado”.
Pode-se pensar ainda que, para incrementar algum tempo de prática e favorecer o desenvolvimento do comportamento motor, os alunos frequentam as atividades de enriquecimento curricular (AEC), nomeadamente a Atividade Física e Desportiva lecionada por Professores Especialistas. Porém, como esta atividade é lecionada fora do horário letivo e não é de caráter obrigatório, deixa de ser abrangente a todos os alunos (como acontece com as provas de aferição).
Assim, apenas com uma hora semanal obrigatória direcionada para a Expressão Motora, os alunos têm que assimilar e consolidar conteúdos práticos orientados para a coordenação, locomoção, equilíbrio e habilidades manipulativas. De referir ainda, que um dos exercícios que os alunos têm que realizar diz respeito ao elemento gímnico do rolamento à frente (cambalhota), que segundo o currículo, os elementos gímnicos apenas deverão ser abordados a partir do 3º ano.
São estas algumas considerações que se pode/deve ter em conta na realização das provas de aferição, sendo importante ter em conta os currículos para depois se pensar na realização dos exercícios.
Depois desta breve viagem ao 1º ciclo do Ensino Básico, reflete-se sobre a disciplina de Educação Física no Ensino Secundário e da sua eventual valorização ao voltar a ser uma disciplina que conta para a média final de acesso ao ensino superior.

2. A nota final da disciplina de Educação Física volta a contar para a média de acesso ao ensino superior.
Quando cada vez mais se fala no analfabetismo motor das crianças e jovens, é alarmante a nota da disciplina de Educação Física ser contabilizada para a média final de acesso ao ensino superior, pois, com toda a certeza irá baixar a média da generalidade dos alunos.
Seria uma consequência inevitável, mas não é isso que nos mostram as ultimas estatísticas sobre os resultados das notas das disciplinas do ensino básico e secundário.
Existe uma incoerência no que diz a ciência (vários estudos comprovam a tese de que as crianças estão cada vez mais obesas, mais sedentárias e, consequentemente, com menores apetências motoras) e o que revelam as médias das notas das disciplinas do 3º ciclo do Ensino Básico e do Secundário.

A disciplina de Educação Física é a que apresenta notas médias superiores às restantes. Assim, pensando de uma forma pragmática, será benéfico para os jovens alunos, a disciplina contar para a média final de acesso ao ensino superior.
Por outro lado, pode-se também colocar algumas questões que devem servir para uma reflexão posterior: “Será que os estudos realizados na comunidade científica não são fidedignos?”; “Será que existe pressão sobre os Professores de Educação Física para acompanharem as notas das restantes disciplinas?”; “Porque é que é difícil atribuir uma nota negativa na disciplina de Educação Física?”.
Estas e muitas outras questões devem ser refletidas, não só dentro, mas também fora da comunidade escolar.

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