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A importância das telecomunicações

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A importância das telecomunicações

Ideias

2024-12-02 às 06h00

Álvaro Moreira da Silva Álvaro Moreira da Silva

Imagine que está a participar numa reunião à distância, com colegas de todo o mundo, no conforto do seu escritório. Esperam de si uma apresentação relacionada com a resolução de um desafio com que a organização se depara. Como especialista na área, preparou-se de antemão com bastante afinco e rigor, estando assim munido das ferramentas necessárias para discutir as variadas opções, prós e contras de cada uma, e propor a sua recomendação aos principais decisores. Quando está prestes a exibir os diapositivos, o som do seu computador começa gradualmente a engasgar-se e o vídeo começa a tremelicar. Tudo para. De repente, fica sem qualquer ligação, sem sinal por cabo nem WiFi. Retira o cabo e reabre a aplicação, mas continua sem qualquer acesso. Estranho! Reinicia o computador e nada. Verifica a conexão do roteador e tudo parece estar conforme. Minutos de frustração e quase desespero. Lá vai mais uma tentativa. Nada! Chora, grita, rói as últimas unhas que lhe restam. Passam largos minutos de angústia e sofrimento quando, repentinamente, o sinal regressa e a reunião é retomada.
A situação descrita é um cenário comum para muitos profissionais que dependem das tecnologias e das comunicações para conduzir reuniões neste formato. O que inicialmente se almejava uma apresentação tranquila, de conexão estável e segura, rapidamente se transforma num pesadelo devido a uma série de falhas imprevistas.

Em tempos, joguei basquetebol. Os meus treinadores sempre me ensinaram que nesta modalidade, um bom aquecimento começa sempre com movimentos rotativos simples nos tornozelos, joelhos e até pulsos, seguido de corrida ligeira e lançamentos perto do cesto, fáceis. Só depois, progressivamente, nos devemos afastar até a linha de lançamento livre e, posteriormente, até à de três pontos onde a complexidade e exigência do lançamento aumentam. Adoto uma abordagem semelhante quando me deparo com problemas de cariz técnico. Começo sempre pelas questões mais elementares. À medida que vou descartando as hipóteses mais básicas, a minha mente avança para as mais complexas. Será apenas mais um erro neste aplicativo que já me causou problemas anteriormente? Será a minha rede doméstica a culpada, devido aos malditos cabos baratos comprados por tuta-e-meia? Ou será que a operadora me está a trapacear? Ultimamente, sempre que me sento no sofá a assistir ao telejornal, ouço falar de «cabos submarinos». Será que alguma âncora made in China se esbarrou por acidente contra algum desses cabos e me comprometeu a reunião?

É curioso pensar nestes sistemas complexos que a crescente digitalização das sociedades colocou no epicentro de variadas iniciativas tecnológicas. Tenho ouvido falar imenso deste assunto, de estruturas de fibras coloridas e extensas alimentadas por repetidores submersos nos oceanos, ligando diferentes continentes ao longo de milhares de quilómetros. Noutros tempos, as falhas de rede em minha casa remetiam-me, com grande probabilidade, para as baixas velocidades do meu velhinho modem 56k de som estridente e memorável, ou para a impossibilidade de me ligar caso algum familiar estivesse a ocupar a mesma linha telefónica. Hoje, já se coloca a hipótese de alguém ter, porventura, cortado cabos das profundezas dos oceanos.

É impressionante, mas é a realidade. O mundo segue a todo o vapor. Hoje, contamos com sistemas de comunicação robustos que permitem a transferência de dados em tempo recorde, ligando continentes e processando transações a uma velocidade impressionante. É verdade que, não raras vezes, enfrentamos alguns percalços nas nossas conexões, mas é inegável que as infraestruturas que sustentam a nossa conectividade digital são a base das sociedades modernas. Infelizmente, tornamo-nos altamente dependentes dessas tecnologias, da sua segurança e de alguns seres maquiavélicos que procuram comprometê-la. A ligação da minha reunião foi retomada e graças a Deus correu muito bem. Pelo que se confirmou posteriormente, o desafio que estava presente na organização foi resolvido com excelência.

* com JMS

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