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A justiça e a razão, por Pedro Peinado Torres

Premiando o mérito nas Escolas Carlos Amarante

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Conta o Leitor

2010-07-12 às 06h00

Escritor Escritor

Certo dia, (quis o destino) a razão cruzou-se com a justiça, no tribunal. Era mais um daqueles dias, em que a razão, de um lado, e, a justiça do outro, se opunham, para ver quem levava a melhor sobre a outra.
A dada altura, a razão, com um tom mais exaltado, ataca, verbalmente, o outro réu:
Razão: 'Ó justiça! Tu que tens a mania que és uma virtude moral que inspira o respeito pelos direitos de cada pessoa, diz-me, será que és justa, ou apenas tens razão?'
Justiça:' Eu? Razão? Eu aplico as leis, atribuo as sanções e tenho uma maior importância do que tu, que  tentas transmitir uma falsa imagem de bom senso!'
O ambiente tornara-se, naquele momento, tenso e quente, visto que ambos os réus, com o apoio dos seus representantes, tentavam demonstrar o seu valor, tendo-se verificado em alguns períodos, diversos comentários susceptíveis de sanções disciplinares.
Razão: ' A justiça enganou-se, porque, na verdade, eu tenho mais importância, pois, enquanto eu actuo em todo o mundo, a 'justitìa', neste caso, procede individualmente, e, de forma diferente, de país para país!'
Justiça:'Ora, a razão, por vezes é egoísta, porque não vê a satisfação da colectividade!'
Razão:' Isso não é verdade! Segundo Hegel, um filósofo alemão, a razão rege o mundo!'
O juiz, caracterizado por uma face comprometida (com outrem), com um aspecto frio e seco, lançara outro assunto, para que os ânimos se apaziguassem e que a decisão do caso fosse breve.
Juiz:' Caros réus, em relação a Portugal...'
A Justiça interrompe o discurso do meritíssimo, de forma espontânea, para desviar o assunto relatado pelo juiz.
Justiça:' Sr. Juiz, a Razão em Portugal, ainda é analfabeta nesta matéria!'
Razão:'A justiça é que ultrapassa todas as razões e, muitas vezes, tenta-nos corromper, silenciosamente, para atingir os seus objectivos!'
Justiça:' É mentira!'
Razão: 'É verdade, pois eu sou julgada injustamente, diversas vezes, vou para a cadeia sem ter feito mal a ninguém e a nossa rica justiça governa este 'país das maravilhas'!'
Passado alguns minutos, a justiça, que já tremia por todos os lados, encheu o seu peito de coragem para enfrentar a razão e disse: 'A razão não tem razão e a justiça não faz justiça, pois somos complementares. Não há justiça sem razão e razão que não tenha justiça!'
A razão, percebendo, naquele instante, uma certa humildade por parte da justiça, decidiu intervir, novamente, para a resolução do caso.
Razão:' É verdade, a razão faz a justiça e a justiça provém da razão! Neste caso, por mais que queiramos defender os nossos interesses, não conseguimos fazer a nossa justiça, porque nenhuma de nós tem razão!'
O Sr. Juiz, completamente, baralhado, como se podia verificar através do suor da sua batina, decidiu, após a leitura de um comunicado de ambos os réus,  adiar o caso, para uma nova sessão, com  data não especificada.
O que é certo é que este caso, como muitos outros,  ainda hoje não teve um final definido, sendo que o seu prazo acabou por prescrever.
A Justiça e a Razão, certamente têm caminhos diferentes. Mas, na vida real,  auxiliámo-nos nestas, para resolver os nossos problemas, e, uma coisa é certa, quer a justiça corrompa a razão e a razão utilize, algumas vezes, o seu falso bom senso para atingir a justiça, o povo tem sempre de recorrer às suas economias para as enfrentar, o povo é que, realmente, é julgado, o povo é que perde ou ganha a razão, o povo é que faz ou desfaz a justiça, o povo...O povo!

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