Ser Dirigente no CNE - Desafios
Ideias
2025-03-26 às 06h00
Ninguém estaria à espera, nem o vencedor, atrevo-me a supor: não é que foi às bordinhas da maioria absoluta! Montenegro esfrega as mãos, a ressurreição de Albuquerque tem todo o ar de ser o ensaio-geral do que a trupe do Continente se apreste a levar a palco pelo mear de Maio, ou o povo não seja basicamente o mesmo, ou as histórias da Ilha não sejam mais rocambolescas do que a história do avençado, e se uns não são bons – os que estão em funções – os outros não cheira que sejam melhores.
E os socialistas!? Coitados! Para já os de lá, mas o Nuno deve estar num desespero, e evitem de o tratar por Santos, que o líder não tem cara de quem acredite em milagres e, eu me engane, nem a largueza de espírito terá para imaginar que os possa realizar. Unzinho que fosse.
Falta ao Nuno algo que não tem – o que é redundante –, mas, sobretudo, o que não é de crer que arranje por enxertia. Falta-lhe largueza de espírito, como Soares tinha, Guterres tinha, Sampaio tinha, até Costa tinha. O Nuno é mais ao jeito do Sócrates, que é como quem diz, irritadiço, quezilento, e nós, o povo, que já não gostamos de nenhuns, pior vamos com quem parece que abre a boca por favor, com quem parece que come mas não gosta, e pelo correr desconta azias sobre quem pinte por perto.
O Nuno talvez fosse lá com um coach – um mentor, digo coach pelo chique –, porque no fundo não é mau, até tem bom drible, velocidade o quanto baste, resistência pelo necessário, mas depois tem aquela desdita de quem passa ao lado de grande carreira, seja pelo que azucrina o treinador, seja pelos desatinos em jogo, do tipo de rematar quando devesse passar, de se desmarcar antes de tempo, caindo sistematicamente em fora de jogo: bom, o costume.
O Nuno tem discurso, mas não tem visão, tem ambição, mas não tem paciência, tem um Partido, mas perdeu aderência, porque se o truque de Costa foi governar à direita, seguindo no geral o que Rio faria, as coerências de Nuno à esquerda são um cenário de comboio fantasma, e já ninguém paga para sustos.
Tudo pode vir a contento de Montenegro, mas tudo pode volver-se-lhe um pesadelo, a tanto bastando que o povo do Continente se finque na sondagem: só 15% dos contactados acedeu responder!? A sondagem é isto, não é mais nada. A sondagem não é o AD à frente e o PS atrás, a sondagem são os 85% da amostra que cuspiu em cima da auscultação. E se o mesmo se passar em urna? E se aquele romance de Saramago vier assombrar uma classe política atenta à vidinha, mas ceguinha para o que dela por bem se exija, não porque cada um só veja o seu umbigo, mas porque o caco não chegue lamentavelmente para mais?
Não se passará, é certo, que em urna seremos todos mais sensatos, e depois há o papão do Chega, no que será uma constante dos apelos ao voto de Nuno e Montenegro, porque qualquer veleidade de vermelho a um, vermelho a outro, é equipa com todos de Ventura, o que não deixa de ser uma possibilidade, embora fique por perceber o manguito dos votantes do Chega a esta icónica sondagem.
Isto porque, a menos que a estruturação da amostra seja uma treta, o universo eleitoral do Chega deve lá estar fidedignamente representado, e esses deveriam ter desviado o apuro da consulta. A menos, lá está, que cheganos estejam tão pelos cabelos como rosinhas e laranjas, com o que o caldo ficaria mesmo entornado, e o guião fabuloso de Saramago uma iminência.
Como quer que dê, porque Portugal seja um País de poetas, eu já vou com a ode a meio, e avençado rima com abençoado. Quanto ao Nuno, não é mau no jogo do galo, mas vai-se das canetas no 5 em linha. Um mikado para todos.
NB: a IA não veio.
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