Investir na Juventude: o exemplo de Braga e desafios futuros
Ideias
2017-05-19 às 06h00
Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo, diz o povo, mas no caso da política, porque são muitos os coxos e os mancos portugueses, além de papalvos e patetas, tais “mentiras”, aliás recorrentes, vêm vencendo a “corrida”, mormente quando se aproximam eleições. Há dias dizia-se que o “Lider da ONU pediu a dirigentes mundiais para defenderem uma imprensa livre, crucial no combate à «desinformação predominante” (CM, 4 . 5 .17), e se ignoramos se Guterres se referia também a Portugal, ao “pântano” de onde um dia se escapuliu, sabemos perfeitamente o que por cá se vem passando em termos de informação e com os media. Pelo menos com alguns, dos “entroncados” em “impérios” da comunicação social, que vêm estendendo os seus domínio, influência e orientação política em jornais, revistas, rádio e mais órgãos do audiovisual, sempre sob a égide de “figuras de proa” alapadas a interesses partidários e económico-políticos. “Figuras de proa” de nome sonante e passado de amizade e ligação a figurões controversos e questionados pelas justiça e opinião pública e com quem vêm mantendo estreita ligação em actividades políticas, de governação, aconselhamento e assessoria. Aliás ainda que se “aceite” que a mentira tem sempre perna curta, a da política é sempre muito mais comprida e perversa, impondo-se dizer que vem vingando por cá uma “desinformação” endémica e radicalizada, com muitos media a “calar” factos e a “silenciar” personagens, tão só sublinhando “outros”, os úteis ao poder instituído, e limitando a “cobertura” mediática ao que lhes é sugerido ou indicado. Com “entrevistas” oportunísticas e“esfaimados” jornalistas que, “atropelando” profissionalismo, independência e isenção, se entretêm a “truncar” as respostas, explicações e o próprio “direito de falar” dos entrevistados, “cortando-lhes” a palavra, “pisando-os” e “secando-lhes” os raciocínios.
Como há dias numa das TVs em que um dos jornalistas, “vestindo a farda” de acérrimo defensor da geringonça, passou o tempo a “cortar” e a “atropelar” a palavra, o raciocínio e as respostas do entrevistado de um modo insólito, arrogante, descortês e recorrente que não seria de estranhar se o deixasse sozinho frente às câmaras. Um caso típico de “desinformação” por se ter “castrado” as exposição, explicação e respostas que, embora não do agrado do poder, poderiam conter em si verdades, ideias e outras realidades a que o povo tinha o direito de saber. O poder, é sabido, procura e quer ter sempre o domínio e o controlo dos media, nomeando e colocando directores, jornalistas e de figuras da cor ou de confiança em certos “entrepostos” de notícias e afastando os incómodos. Como com Sócrates, o que ainda perdura, sendo de lembrar a árdua “luta” que se vem travando na ERC, uma entidade que se diz formatada nas isenção e independência em ordem a combater a “desinformação” já institucionalizada e a atingir-se uma comunicação correcta, verdadeira e independente.
Falando-se em Sócrates, dir-se-á que Costa revela tiques socráticos e adoptou um esquema em que vinga a “desinformação” referida por Guterres, com silêncios prepotentes, fuga a esclarecimentos, respostas nebulosas e afirmações vazias, “atascando-se” num sorriso comprometedor, cínico, paralisante e nada inócuo. Apesar da mentira política ser recorrente e usual , ainda que “embalada ” em estatísticas, é de esperar que o Amanhã das “verdades” e “realidades” não desminta os “coxos” do sistema, que vivem das “maleitas e manquejos” de enrodilhados e esconsos interesses. Aliás, e atendo-nos tão só ao estilo dos socialistas, Costa convive bem com as truculências, verbal ou outra, dos “Açoriano”, Galamba, S.Silva, F.Rodrigues e o porte “militaresco”, sisudo e de atenta vigilância de Pedro Santos (às vezes perfilado como um SS dos filmes nazis), sendo que as suas reacções no Parlamento nem devem espantar. Quando interpelado sobre a recusa de nomes para o Conselho de Finanças Públicas não respondeu, não deu “cavaco” a ninguém e aconselhou “a oposição a preocupar-se mais com os portugueses que sofrem” pelo que até já se comenta que “Costa ainda não é Sócrates para abandonar o Parlamento” quando a conversa não lhe interessa, mas os silêncios e as atitudes de desprezo e sobranceria revelam a importância da sua “democracia” quando algo não lhe convém. Mas será “uma questão de tempo”, diz JPCoutinho (CM, 30.4.17). Aliás a resposta à observação de P.Coelho de que o PS e o BE queriam usar as reservas do Banco de Portugal para pagar a dívida com um «não creio que alguém lhe tenha passado mandato para representar o Governo» (id) é sintomática do pensamento democrático dos socialistas, que vivem para o poder, tudo controlar e fazer só o que querem. Segundo JPCoutinho (CM 7.5.17), “ a « restruturação da dívida» é para ficar na gaveta. Mas socialistas e bloquistas pretendem mesmo mudar os estatutos do banco de Portugal para irem directamente aos cofres da casa.” E se “um Estado gastador é como um drogado em abstinência” sempre à cata de dinheiro, até se interroga “se o Presidente da República vai permitir a destruição de um organismo independente e a captura de seus dividendos por razões exclusivamente eleitorais”.(id.) As dúvidas compreendem-se pois vivendo num contínuo“rodopio folclórico” não deve ter tempo para o assunto, embora seja certo que PS e BE se vêm reunindo para alterar a lei interna do supervisor, “Costa critica a «política conservadora do BdP»” (JN, 11.5.17) e as suas explicações nada dizem quando Montenegro pergunta se “vão deitar a mão às poupanças, às reservas, às provisões do BdP para esconder e criar mais uma manigância nas contas portuguesas” (id.)
O PC e o BE, fartos de “sapos” mas “gulosos” pelo poder, já se arrependeram de ter dado primazia à morte da cobra (!), mas as autárquicas estão aí e pode haver surpresas. As “engenharias” e “piçarrices” dos socialistas já começaram mas subsiste ainda um mundo de problemas com a integração dos precários, a indicação sindical dos integráveis e medidas a vingar no OE para 2018, sendo expectável um aumento das despesas. Vieira da Silva admite já “tributar os lucros das empresas para financiar a Segurança Social” e penalizar “as empresas com contratos precários” (CM, 10.5.17), e quanto ao emprego, as estatísticas são discutíveis. Terá crescido, é certo, mas não em qualidade e impõe- se não ignorar o contributo dos trabalhos sazonais sem contrato escrito, contratos de prestação de serviços a recibo verde e situações de trabalho pontuais ou ocasionais ( ver JN e DN de 11.5.17). O país não está um mar de rosas, note-se, e não legitima um “irritante optimismo”. Há greves, manifestações com autarcas, problemas de pagamento com o cheque-dentista e o dinheiro não chega para tudo. Daí a ida à China do Centeno, “acenando” com títulos da dívida, e do Costa ao Catar para obter investimento e soluções face à dívida pública, mas preocupa a questão da sustentabilidade da Segurança Social e reformas. E não é com silêncios, altivez, prepotência, desinformação e “mentiras” que se é feliz e se pode viver sem sobresssalto. “Há mais contratos precários”, “nota-se uma quebra dramática no peso dos rendimentos do trabalho na riqueza gerada no País, medida pelo PIB”, sendo que, “ao alargar-se o fosso económico, criam-se ameaças ao equilíbrio social” (A.E.Pereira - CM, 1.5.17). Ser-se “irritantemente optimista” não basta, pois é notório que se quer manter o poder, evitar “ondas” com os PC e BE, aguardar as eleições e esperar que a bonomia dos afectos, os sorrisos e “saracoteios” de Marcelo mantenham o país sereno e os papalvos em aplausos e amens. E “desinformados”, claro, porque convém !...
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