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“A Nossa Sede” – Um Edifício com Vida e com História

Liberdade para transformar Braga

“A Nossa Sede” – Um Edifício com Vida e com História

Escreve quem sabe

2025-05-30 às 06h00

Carlos Alberto Pereira Carlos Alberto Pereira

Há dias, numa conversa com uma ilustre dirigente do CNE, esta conduzi-nos à Sede Regional de Braga que também já tinha sido a Sede Central deste movimento, entre 16 de junho de 1929 e 1959, ano em que a Sede Central passou para Lisboa. No decorrer desta conversa ocasional apercebi-me da dúvida de minha interlocutora sobre a propriedade deste edifício.
Na “Flor de Lis”, revista oficial do CNE, publicada pela primeira vez em fevereiro de 1925, há uma bela descrição bela descrição da inauguração deste edifício que, sob o título, “Inauguração da nova Sede Central”, publicado na revista de 30 de junho de 1929, contem uma panorâmica geral de todo o conjunto de cerimónias relativas a este ato solene.
Para ser fiel ao pensamento do Dr. Avelino Gonçalves, o homem a quem o fundador do Escutismo Católico em Portugal, o Arcebispo D. Manuel Vieira de Matos, farei a citação do texto sobre esta temática: «O sr. Dr. Avelino Gonçalves fez uma interessante história do nascimento, vicissitudes, e a posição nacional e internacional do C.N.S. (designação inicial do Corpo Nacional de Escutas). Referiu os grandes progressos pelo escutismo católico, e as boas relações em que está com a A.E.P. e com o Conselho Internacional de Londres. Descreveu os trabalhos realizados para conseguir a aquisição daquela casa (ainda sob o crédito dos dirigentes), e prestou homenagem aos diferentes cooperantes».
A quando do “Ano Jubilar do C.N.E., Agosto de 1948”, a Junta Central do C.N.E. incumbiu o Assistente Regional de Braga, o Padre Benjamim Salgado, para registar os factos principais ocorridos entre 1923 e 1947, edição que publicou sob o título: “Radiosa Floração” ou “25 Anos Sob o Signo da Flor de Lis, em Prol da Juventude e ao Serviço de Deus e de Portugal”
No que diz respeito à “Inauguração da Sede Central” o Assistente Regional de Braga escreve: «Escutismo sem sede é como ave sem ninho ou família sem lar. Era bastante crítica a situação da Junta Central, quanto às condições de sede. Obrigou -se, por isso, a sacrifícios gigantescos, conseguiu um edifício na rua da Boavista (Braga) e adaptou-o aos efeitos desejados.
A inauguração da nova sede realizou-se a 16 de Junho (1929). Representando a realização dum grande desejo de toda a família escutista, o acontecimento marca também um grande passo em frente e prova de quanto é capaz a boa vontade aliada ao espírito de sacrifício.
Foi solene a cerimónia da inauguração. (...)
A completar o programa, a cerimónia da promessa de 8 lobitos e vários escutas, uma visita às diversas dependências e sedes de unidades e, à noite, uma festa familiar no salão das festas.»
Finalmente, no Cinquentenário do C.N.E. (1923/1973) a Junta Regional de Braga decidiu publicar o “Anuário da Região de Braga” onde a temática foi também abordada: «Depois que a Sede Central do C.N.E. Central do C. N. E. se transferiu para Lisboa no ano de 1959, o prédio privativo, à Rua da Boavista, nº. 51, onde ela funcionava desde a sua aquisição em 1929, passou a ser, por decisão da Junta Central do C N E., benefício da Região de Braga.
Efetivamente, além de sede da nossa Junta Regional, ali têm tido base também a Junta do Núcleo de Braga e o I Agrupamento do C.N.E. formado pelas primeiras unidades da associação: a Alcateia n.º 1 «INFANTE SANTO», o Grupo n.º 1 «S. JORGE» e o Clã n.º 1 «NUN'ÁLVARES.»
É sem dúvida privilégio particular e benefício bem notável, mas compreensível se tivermos em conta que a sua aquisição no já longínquo ano de 1929 se deve à diligência dos dirigentes responsáveis de então, todos da nossa Região (Braga), os quais não só deram a sua contribuição como também diligenciaram na recolha de donativos e, para cobrir o que em dado momento faltava para o preenchimento integral do preço, não tiveram dúvida em comprometer a sua assinatura em documentos de crédito, tal era o seu entusiasmo e sobretudo a sua confiança no valor da obra. (...)
O prédio da Rua da Boavista é, pois, mais que Sede Regional, um autêntico padrão histórico da gesta que tantos homens de boa vontade e espírito apostólico têm realizado na vida já cinquentenária do C.N.E.
Saibamos mantê-lo digno de tal testemunho.»
Termino com um agradecimento a todos (dirigentes e familiares) que com a sua bondade e dedicação, ajudaram a preservar e rentabilizar este património on-de convivem: a Junta Regional de Braga, a Junta de Núcleo de Braga, o Agrupamento n.º 1 e a Fraternidade Regional de Braga.

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