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Braga, sexta-feira

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A porta que o teatro nos abre

Maravilhas Humanas

A porta que o teatro nos abre

Ideias Políticas

2025-03-25 às 06h00

Fernando Costa Fernando Costa

As vozes e os murmúrios dissipam-se entre o lustre e o telão de boca de cena, enquanto a expetativa ecoa pelos quatro pisos, unificando a plateia e as galerias que enchem, numa tarde de domingo, a Sala Principal do Theatro Circo.
Quando as luzes se apagam, centram-se as atenções no vasto e negro palco que, durante pouco mais de uma hora, nos transporta para a rica história de Braga e os seus dois mil anos de vida, numa encenação que nos educa, quase disfarçadamente, através do riso e da gargalhada.
Uma linha cronológica que poucas cidades ousam competir, e que nos leva a conhecer – ou revisitar – as invasões dos romanos e dos bárbaros, as figuras de São Martinho de Dume, São Geraldo, Dom Diogo de Sousa, e os arquitetos da cidade, como André Soares e Carlos Amarante. Entre estes ilustres, desce também à terra a Deusa Minerva, que nos conduz desde o período barroco às invasões francesas, do antigo regime à liberdade, de Bracara Augusta à cidade de Braga.
Pegando na personificação do Arco da Porta Nova, é essa porta aberta – que nos dá vontade de ficar e conhecer, mesmo até a quem aqui reside – pelo Movimento SemNome e o seu encenador, José Miguel Braga, na peça “À Moda de Braga”. Um evento que ocorreu neste último domingo, e que deixou a todos os presentes, muito provavelmente, mais bracarenses do que já eram.
São sete os grupos de teatro amador que formam este Movimento, desde 2022, e que irão dar corpo, até novembro, à terceira edição do Braga En’Cena, numa mesclagem de realidades artísticas, diferentes associações e atores que se juntam, uma vez mais, para demonstrar e provar que a qualidade artística em Braga não se verifica apenas nas grandes festas que já todos conhecemos.
Num ano que iremos todos ficar inevitavelmente cobertos num angusto manto político, preenchido com promessas de futuro, acredito que a natureza deste festival nos possa ajudar não só a respirar um pouco fora dele, mas também a entender em que consiste o presente e o passado da nossa história. Até porque Braga não se vê apenas por um canudo, mas também através dos seus grandes palcos e dos seus grandes atores. Este domingo foi a prova disso.
O próximo evento ocorre no dia 20 de maio, com a Nova Comédia Bracarense a apresentar a peça “O Juiz das Borracheiras”. Se queremos manter a porta aberta ao teatro à cultura, estar presente neste dia será sempre um bom ponto de partida.

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