Arte, cultura e tecnologia, uma simbiose perfeita no AEPL
Ideias
2017-03-27 às 06h00
Embora o apelo à escrita sobre temas que se revelam, progressivamente, (por cá) centrais no debate da(s) cidade(s), é convicção de que os últimos dois textos não ficariam completos sem um terceiro texto sobre uma realidade tão marcante no território e que (julga-se) tão subalternizada: a publicidade.
Na verdade, a cidade é uma realidade tão dinâmica, rica e diversa mas, em simultâneo, tão democrática, competitiva, avaliadora e discricionária que se torna necessário dar a conhecer as suas múltiplas micro realidades e elementos que a compõe, seja no sentido da orientação e identificação espacial e predial, seja na promoção e sinalização dos seus elementos notáveis e icónicos (patrimoniais, funcionais, económicos, religiosos, ….), seja ainda na sensibilização e divulgação de acções e eventos ou na promoção e visibilização da sua actividade económica, fortemente asso- ciada à exposição, divulgação e sinalização de marcas e produtos.
Porque assim é, e porque esta mesma publicidade procura a atenção e a visibilidade (e, como tal, os sítios mais visualizados e de maior presença humana), a procura de oportunidades espaciais para materializar esta mesma publicidade ou a criatividade para gerar novas formas de se “dar a conhecer” afirma-se, cada vez mais, presentes na cidade e tão condicionadoras quanto caracterizadoras do seu espaço urbano.
Embora de múltiplas expressões, fixemos o texto em dois elementos concretos que, porventura, mais polvilham e pontuam o espaço urbano: a sinalização de orientação e o denominado “outdoor” (painel “publicitário” de grandes dimensões).
A sinalização detém uma função de auxílio na gestão e apropriação do espaço urbano. É, sobretudo, instrumental e visa responder a uma necessidade ou requisito funcional.
Porque assim é, a mesma deverá ser neutra e discreta, cumprindo a sua função sem prejudicar o desenho formal e o ambiente urbano do “território citadino”.
Todavia, hoje, assiste-se, cada vez mais, ao polvilhar de sinalização pela cidade, fomentando uma carga de elementos no espaço público que, de tantos em tantos, se sobrepõem e repetem, tantas vezes prejudicando a sua própria legibilidade e utilidade.
Por outro lado, e fruto desta sobrecarga de elementos, esta mesma sinalização (regra geral, normalizada de forma anacrónica) tende para os opostos dimensionais: para crescer em tamanho e afirmar a sua presença, secundarizando tudo o que a rodeia; para diminuir, correndo o risco de se perder e anular.
A outro nível, o “outdoor” - seja aquele de promoção comercial, cultural ou lazer ou associado a movimentos políticos e associativos - vive realidade similar, verificando uma disseminação territorial (aparentemente) tão aleatória quanto de resultado caótico, de dimensões e características tão variáveis que se afirmam, muitas vezes, protagonistas urbanos, competindo e sobrepondo-se àqueles verdadeiros actores da cidade: as pessoas e, depois, os edifícios (agravando-se esta situação quando este “outdoor” é esquecido e a respectiva mensagem fica tão perenizada no espaço quanto desfasada no tempo e utilidade).
Na verdade, o “outdoor” é tão sequioso de protagonismo que é ele próprio elemento afirmativo da composição do espaço urbano, não sendo raro (a título de exemplo) encontrar o outdoor como elemento central… de uma rotunda, verdade?
Nas suas variadas e múltiplas formas, a publicidade é elemento incontornável na cidade. Dir-se-á mesmo que a cidade não vive sem ela. E, consequentemente, as pessoas precisam dela, sendo também um elemento indiciador de vida comunitária.
Como tal, a publicidade não deverá ser desvalorizada nem esquecida, antes incluída e pensada como parte integrante do espaço urbano e seu elemento tão enriquecedor quanto perturbador.
Porque, não nos esqueçamos, publicidade resulta da soma de público e cidade. Devendo ser assim síntese melhorada da vida da cidade: comunitária e regrada, útil e qualificada.
23 Janeiro 2025
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