Não é surpreendente dizer que a escola está em profunda transformação. Desde sempre, épocas de mudança, acontecimentos marcantes, alteraram o rumo educativo e social.
Mas esta transformação, provavelmente por ser vivenciada em tempo de medos, receios e incertezas impensáveis, tem moldura singular.
As escolas são locais de desenvolvimento social, espaços de crescimento, de socialização, de formação de pessoas, promotores de crescimento em saberes, atitudes e valores, acrescentando valor social, inovação, competitividade, felicidade, …

Os professores, e todos os atores educativos, envolvem-se em dinâmicas pedagógicas, para concretizar as aprendizagens individualmente. Saber como chegar a cada um, como gerar empatia, escolher a melhor estratégia para a partilha de conhecimento em sala de aula, promover a criatividade, é algo maior, que cresce enquanto missão, relacionamento educativo de proximidade. Acrescentando novas ferramentas, inovadoras, motivadoras, é o enlace certo. A escola enriquece com novas práticas pedagógicas, com novas formas de desenvolvimento do currículo, novas formas de avaliação das aprendizagens. E assim a escola é, cada vez mais, para todos.
Mas será que estamos todos focados nesta necessidade de não perder este vínculo? Neste momento, as escolas são centros de receção e distribuição de equipamentos informáticos. De elaboração de listas intermináveis e interminavelmente sujeitas a atualização, de alunos (encarregados de educação) aos quais são distribuídos diariamente os computadores portáteis. De elaboração de listas intermináveis e interminavelmente sujeitas a atualização, de docentes aos quais são distribuídos os computadores portáteis. E tudo isto com a maior celeridade possível, deve estar terminado no final deste mês.

Paralelamente, cada Agrupamento de escolas está a realizar um exercício de autoconhecimento, fazendo o seu autorretrato. Para se conhecer melhor no âmbito das competências digitais dos seus profissionais, dos seus recursos e das suas práticas pedagógicas e funcionais, com recurso a ferramentas de comunicação. Não nos transformamos se não nos conhecermos. Após este exercício, uma equipa promoverá o envolvimento de todos na elaboração de um plano que transformará as práticas, que empurrará toda a comunidade escolar para a estrada do digital - o plano de ação para o desenvolvimento digital das escolas (PADDE).

Temos de nos despir de tudo o que sabemos? Como incluir nesta equipa todos os atores educativos? As escolas, grande parte, são já deste século, foram restauradas, reconstruídas, são arejadas, têm materiais modernos. Os alunos são também eles deste século, ativos, criativos, sedentos de novidade, de movimento, de inovação, de conhecimento. Os professores, em grande parte, com grande experiência e competência, percorreram um caminho desde o século passado, do qual já se desviaram várias vezes para se adaptarem a novas formas de promoção do sucesso educativo. Esta transformação é fortemente transformadora para muitos docentes. Receber um novo portátil, com 12 GB de internet, ter na sua sala de aula 28 alunos também eles com um portátil novo terá que ser muito mais do que ter equipamento.
Como será a sala de aula? Como seremos todos nós?
Seremos os atores transformacionais da escola. Talvez a maior responsabilidade que colocaram na mão do Professor! Porque terá de se transformar a si próprio para transformar a escola dos que transformarão o futuro.