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Amigos: a família escolhida

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Amigos: a família escolhida

Escreve quem sabe

2025-06-29 às 06h00

Joana Silva Joana Silva

Certamente já ouvimos dizer que os amigos são “a família que se escolhe”. E, tal como, nas famílias (e cada família é diferente), também nas amizades há diferentes graus de proximidade: há o/a amigo/a quase irmão ou irmã, o/a amigo/a mais distante ou de parentesco de segundo ou terceiro grau, que vemos de longe a longe, e o/a amigo/a, que por não se encaixar, acabou por se afastar. A amizade tem muitas formas de se expressar. Há o/a amigo/a de “todas as horas”, especialmente das difíceis, aquele/a que está presente na “linha da frente” para o que for preciso. É quem escuta e aconselha com as palavras certas, defende, se necessário, com a razão perante outras pessoas, aconselha sem julgar e chama a atenção de forma particular. Depois, há os/as amigos/as da alegria, conhecidos popularmente como “da borga”. São aqueles com quem se partilham gargalhadas, peripécias insólitas, jantares e cafés sem fim. Talvez a sua amizade não passe tanto por ouvir ou aconselhar, mas são “especialistas” em espalhar leveza e boa disposição, quando a vida “pede” paz, alegria e sossego mental. Amigos/as que desanuviam a mente depois de uma sobrecarga de problemas que a vida nos impõe, e que têm a capacidade de, mesmo que por instantes, fazer esquecer as dificuldades do dia- a- dia. Existem ainda os/as conhecidos/as, esses com quem se cruza de vez em quando, e com os quais se troca “dois dedos de conversa”, entre um “olá, tudo bem?” ou “Os nossos filhos são da mesma turma. ” e que, embora não entrem no círculo mais próximo, também têm o seu lugar na história. Há também o/a amigo/a pratico de pensamento claro e ação ou atitude rápida que sabe resolver problemas, o que vê soluções onde os outros só encontram dúvidas. A razão sobrepõe-se a emoção. Qualquer pessoa, mesmo que afirme não ter amigos/as com estas características, acaba por perceber que o que os torna tão especiais é, precisamente, serem diferentes, e, ao mesmo tempo, peças únicas no “puzzle da vida” de alguém. Seja qual for o tipo, os amigos têm o poder de curar. Curam mágoas e partilham alegrias e memórias. Contudo, a amizade, tal como o amor, é também uma aprendizagem e aceitação. Na amizade, há que se aprender a ouvir, a respeitar o espaço do outro, a aceitar as diferenças e a discernir o momento de “ficar ou partir”. Ninguém é perfeito e, por vezes, perde-se ou suspende-se o contacto com um/a amigo/a. Perdem-se, assim, anos de vida que poderiam ter sido vividos e felizes. Desentendimentos que afastam pessoas e o tempo é a única riqueza que não se recupera.
Há amigos que caminham connosco desde sempre e outros que surgem ao longo da viagem. Uns permanecem para sempre, outros seguem outros caminhos. Tudo isto faz parte da vida. Ninguém é perfeito. Importa aceitar as características da personalidade de cada amigo/a, pois, desde que os/as amigos/as sejam leais e estejam presentes para apoiar, pouco importa o seu “feitio”. É preferível ser um amigo por vezes, mais “chato” ou mais “difícil de lidar” do que não ser amigo, ainda que imperfeito. Porque a amizade, tal como a vida, é feita de encontros e despedidas, mas, acima de tudo, de presença. Valorize as suas amizades, pois elas são essenciais para o bem-estar da nossa vida. Uma vida sem amigos, as memorias afetivas e sociais são mais solitárias, mais cinzentas e menos significativas.

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