Um batizado especial
Ideias
2016-10-03 às 06h00
O Hospital de Braga criou, há dias, a Liga de Amigos da respetiva unidade hospital. É uma excelente notícia. Porque significa que há gente mobilizada para apoiar gratuitamente os cuidados de saúde e porque os responsáveis por esta estrutura deram abertura suficiente para que tal iniciativa ganhasse corpo.
São vários os propósitos desta Liga. Apoiar os profissionais no trabalho de promoção da saúde e ajudar os paciente e sua família a adoptar hábitos de vida saudável são um dos vetores estruturantes de um trabalho necessariamente de médio e longo prazo. Criar uma plataforma de ações de mecenato, beneficência e voluntariado dirigida aos utentes do Hospital poderá ser mais rápido, mas não menos complexo. Mas também não é para a simplicidade de tarefas que uma Liga assim é criada. É para agir onde há mais carência, mais lacunas...
Constituindo-me como sócia fundadora, estou duplamente feliz. Sinto uma enorme satisfação enquanto investigadora que encontra na comunicação e no jornalismo da saúde um dos seus campos de trabalho e que diariamente constata o atraso que o nosso país regista no que diz respeito à literacia em saúde, sem que haja iniciativa/medidas em contraciclo. Com esta benemérita iniciativa, faz-se esse contra- ciclo e isso merece o nosso aplauso.
O envolvimento dos cidadãos na prevenção da doença e na promoção da saúde é vital para um país mais saudável, com uma melhor utilização dos serviços de saúde e, consequentemente, com gastos mais moderados a esse nível.
Não somos ainda esse país de cidadãos comprometidos ativamente com a sua própria saúde. Parece paradoxal. Todos valorizamos muito a saúde, mas cuidamos tão pouco para tornar isso uma realidade no dia-a-dia. Precisamos de redes que promovam essa literacia ainda em níveis tão baixos em Portugal... Cruzando literaturas de várias geografias, sobressai invariavelmente algo que parece ser universal: o facto de as pessoas querem e precisarem de informação sobre a saúde, especialmente quando elas ou alguém da sua família estão doentes.
Embora uma informação regular, pertinente e efetiva não se substitua aos serviços de saúde de qualidade, os respetivos utentes precisam disso para avaliar bem todas as opções para a prevenção ou tratamento de doenças. E que caminho longo os serviços públicos de saúde têm de percorrer aqui.
Estou também feliz como utente do Hospital de Braga. Uma utente de longa data, uma utente frequente, mais como acompanhante do que como doente. E é nas horas que aí deixo que vou observando quem aí trabalha.
Quem chega aqui doente espera um atendimento rápido, eficaz e que também nos devolva algum conforto na dor física e na compreensível inquietude dos nossos estados de alma. Quem aí trabalha verga-se na vida de todos os dias a um trabalho exigente, desgastante e, muitas vezes, pouco compreendido e reconhecido. Quase que me apetece dizer que é duro estar de cada um dos lados da barricada. Posso dizer que é duro chegar a um hospital doente e sentir medo de ali estar. Mas também devo reconhecer a dureza no trabalho dos mais de dois mil colaboradores que esse casa tem.
Não deve ser de barricadas que aqui falamos. Falamos de um hospital. De uma casa que cuida de quem está doente e que quer proteger quem é saudável. É de pontes que devemos falar. É para as pontes que uma Liga como esta existe. Para pontes solidárias na dor, na dificuldade, na solidão...
Acredito que há muito trabalho pela frente. Porque há margens que certamente terão outra vitalidade na ligação entre si.
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