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Análise dos resultados eleitorais

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Análise dos resultados eleitorais

Ideias

2025-05-23 às 06h00

J.A. Oliveira Rocha J.A. Oliveira Rocha

Uma leitura dos resultados eleitorais mostra que a AD ganhou as eleições (32,7%), embora sem maioria absoluta; que o Chega ameaça, com os votos da emigração, transformar-se no segundo partido mais votado; que o PS, com os partidos à sua esquerda, tem apenas cerca de um terço dos votos; e que o Bloco de Esquerda praticamente desapareceu. Temos um Parlamento com uma composição semelhante à do Parlamento Europeu. Neste ponto Portugal europeizou-se.
Como explicar este terramoto político?
Quanto à vitória da AD, escrevemos neste jornal de que era perfeitamente previsível. Se aplicarmos ao momento político a teoria política, verifica-se que o PSD usou a cartilha tradicional para ganhar eleições.
Segunda a Ciência Política, existem três fatores que explicam os resultados eleitorais: a identificação partidária, as políticas públicas e a personalidade do candidato. Quanto ao primeiro ponto, o PSD é o partido político com maior número de simpatizantes e aderentes, os quais têm um comportamento semelhante ao dos adeptos dos clubes de futebol. Quanto ao segundo ponto, o PSD preparou-se meticulosamente para eleições antecipadas, ao subir os salários dos grupos sociais mais influentes na disputa eleitoral. Distribuiu o excedente, deixado pelo PS e ganhou as eleições. E, finalmente, a personalidade do candidato, Luís Montenegro, retrata a cultura política do eleitor médio, caraterizada pelo chico-espertismo e desenrascanço. Os eleitores mais facilmente se identificaram com Luís Montenegro do que com Pedro Nuno Santos, o qual revelou grande grau de imaturidade.
A subida do Chega é alarmante pelo que representa. E, se olharmos para o Mapa dos resultados eleitorais, verifica-se que ganhou nos círculos eleitorais onde a esquerda era dominante (Faro, Setúbal, Portalegre e Beja); isto é, ganha no operariado agrícola e na cintura industrial. E, porquê? Porque ganhou os votos dos descontentes com desindustrialização e a imigração. Trata-se de um fenómeno que deu a vitória Trump nos estados do Mid-West. Quer dizer, os descontentes são agora o eleitorado do Chega. A esquerda tem que repensar a sua estratégia da velha luta de classes. O mundo mudou.
Em terceiro lugar, o Bloco de Esquerda quase desapareceu. Trata-se de um partido de causas, mas muitas destas causas foram absorvidas por outros partidos, mesmo de direita, pelo que o BE perdeu a sua razão de existir.
Mas, o grande perdedor foi o PS que viu parte do seu eleitorado votar no Chega e se vai caraterizando como incapaz de promover o bem-estar social e com ligações ao clientelismo e corrupção, que as redes sociais acentuam e empolam.
E, se a crise se acentuar e se o país se tornar ingovernável, a responsabilidade tem que ser assacada ao atual Presidente da República que, com a ajuda da Procuradora-Geral da República conseguiu destruir uma maioria absoluta.

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