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Ano de Desafios e Transformações na União Europeia

Segurança na União Europeia: desafio e prioridades

Ano de Desafios e Transformações na União Europeia

Ensino

2024-12-26 às 06h00

Alzira Costa Alzira Costa

Este ano foi marcado por importantes acontecimentos que definiram os rumos da União Europeia (UE), numa trajetória complexa de desafios políticos, económicos e sociais. Como em anos anteriores, o bloco enfrentou pressões externas e internas, mas também demonstrou a sua resiliência e capacidade de adaptação num cenário global cada vez mais incerto.
As eleições para o Parlamento Europeu, realizadas em maio, concentraram as atenções. Estas eleições não apenas redefiniram a composição política do Parlamento, mas também foram um reflexo das tensões que têm crescido entre os valores europeus tradicionais e as forças populistas e eurocéticas. A crescente fragmentação política ficou evidente nos resultados: partidos pró-europeus conseguiram manter uma maioria, mas com margens mais apertadas. Ao mesmo tempo, partidos nacionalistas e de extrema-direita continuaram a ganhar terreno em alguns países, apontando para uma Europa cada vez mais polarizada. Esta dinâmica obriga a UE a repensar estratégias, especialmente num momento em que a desinformação continua a desempenhar um papel perturbador e alarmante na opinião pública.

No campo económico, 2024 trouxe uma ligeira recuperação em relação às crises energéticas e inflacionárias que abalaram a Europa em anos anteriores. O inverno de 2023-2024 foi menos severo, aliviando a pressão sobre os mercados de energia. Além disso, os esforços conjuntos para diversificar fontes energéticas, impulsionar as energias renováveis e fortalecer a infraestrutura de armazenamento começaram a dar frutos. Contudo, a transição energética continua a ser uma tarefa monumental. Apesar dos avanços, a dependência de combustíveis fósseis em alguns Estados-Membros (EM) revelou as desigualdades no progresso entre as nações do bloco, sublinhando a necessidade de uma abordagem mais coordenada e equitativa.

No plano climático, os eventos extremos que marcaram o ano foram um lembrete doloroso da urgência da ação climática. Inundações devastadoras no sul da Europa, combinadas com uma onda de calor no verão, demonstraram que as mudanças climáticas não só são uma realidade, mas também um desafio imediato para as infraestruturas, economias e populações do continente. Em resposta, a UE reforçou o Pacto Ecológico Europeu, anunciando novas metas de redução de emissões até 2030. Contudo, o debate entre crescimento económico e sustentabilidade permanece central, e 2024 destacou a necessidade de equilibrar essas prioridades de forma mais eficaz.
A nível global, a posição da UE como um ator geopolítico foi testada em várias frentes.

A guerra na Ucrânia continuou a dominar a agenda, com a UE a manter o seu apoio firme a Kiev, fornecendo assistência económica, militar e humanitária. As negociações para uma eventual adesão da Ucrânia à UE progrediram, mas a integração continua a ser um processo longo e complexo, com desafios tanto técnicos quanto políticos.
Ao mesmo tempo, a relação com a China tornou-se cada vez mais tensa, à medida que a Europa tenta equilibrar interesses comerciais com preocupações sobre direitos humanos e segurança. O reforço da autonomia estratégica europeia foi um tema recorrente ao longo do ano, mas ainda falta um consenso claro sobre como atingir esse objetivo de maneira eficaz.

Outro marco significativo de 2024 foi o fortalecimento das políticas de inclusão digital e inovação tecnológica. A UE aprovou novas regulamentações para inteligência artificial, consolidando a sua posição como líder global na tentativa de equilibrar inovação com a proteção dos direitos dos cidadãos. Este progresso foi celebrado como um passo importante, mas também revelou o ritmo desigual da transformação digital em diferentes partes da Europa, refletindo disparidades que o bloco continua a enfrentar.
Em retrospetiva, 2024 foi um ano de contrastes para UE: momentos de progresso foram equilibrados por desafios persistentes. A UE mostrou a sua resiliência ao lidar com crises imediatas e ao mesmo tempo projetar políticas de longo prazo. Contudo, as tensões internas, a polarização política e as disparidades entre os EM continuam a testar a unidade do bloco.

Num mundo em rápida transformação, a capacidade da UE para se adaptar e liderar dependerá da sua habilidade de conciliar diferenças internas e afirmar os seus valores no palco global. O ano de 2024 foi, sem dúvida, uma prova da complexidade, mas também da vitalidade deste projeto único que continua a moldar o futuro do continente e continua construção e integração!

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