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Anos, Tempos e Ciclos

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Anos, Tempos e Ciclos

Escreve quem sabe

2023-07-04 às 06h00

Analisa Candeias Analisa Candeias

É interessante verificar como o nosso ano civil, aquele que todos conhecemos, se faz de ciclos mais curtos e com certos significados. É certo que, em geral, estamos habituados a que o ano inicie em janeiro e termine em dezembro, sendo o correr dos doze meses uma volta completa, um círculo que se inicia e que se termina, que tem princípio e fim. Ainda assim, dentro deste movimento, existem momentos que marcam os ritmos do ano, por mais que não seja pela transformação daquilo que nos rodeia, espelho das transições fruto das diferentes estações.
Um dos subciclos existentes é o ano letivo, ou ano escolar, que dita os ritmos não só das famílias que têm alguns dos seus elementos em vida estudantil, todavia igualmente de tantos trabalhadores que se dedicam à área da educação. Chega o final de junho e o início de julho e encerra-se um outro caminho, iniciado em setembro e que, habitualmente, é composto por uma certa intensidade.

Em julho existe um sem número de estudantes finalistas, de estudantes em transição. Uns passam para o primeiro ciclo, outros para o secundário e outros ainda para o ensino superior. Todos levam consigo expetativas, medos e sonhos. Uns mais do que outros, é certo, todavia, todos levam consigo uma certa esperança e um sentido de renovação.
Se aos mais pequenos ainda é permitido sonhar sem fazer grandes ondas acerca do futuro, aos mais velhos a sociedade impõe escolhas e decisões.
Veja-se: quando optam por uma área do ensino secundário, os estudantes têm que selecionar e preterir a abertura de algumas portas em vez de outras. Se vão para o ensino superior, então os estudantes têm mesmo que ser frugais nas suas opções, pois, geralmente, será apenas um o curso que irão desenvolver nessa fase inicial da sua vida.

São decisões que não se desenvolvem de maneira facilitada, especialmente se se tiver em conta a idade em que estes estudantes se encontram e os seus contextos socioeconómicos. Talvez seja necessário, por vezes, parar para pensar no «peso» que se coloca em cima dos jovens que se encontram a passar estas fases de transição, que, por um lado, se encontram com uma necessidade urgente de afirmação, porém, por outro lado, apresentam a insegurança e a inexperiência típicas desta altura da vida – que poderão conduzir a uma certa precipitação.
Aliás, estes momentos de transição e decisão para os jovens devem ser realizados com o apoio daqueles que lhes são mais próximos e com base numa recolha sólida de informações, sendo formado um conhecimento que lhes permita uma toma- da de decisão esclarecida e fundamentada.

Estes dois vetores, o apoio dos significativos e a informação segura, são essenciais para moldar o futuro desses estudantes, não somente nos seus desenvolvi- mentos académicos, contudo igualmente naquilo que poderá ser a formação da alavanca do bom senso nas restantes decisões ao longo das suas vidas.
Não obstante, este apoio não pode surgir somente no círculo mais restrito dos estudantes e pode ser desenvolvido na comunidade escolar, assim como nos diferentes sítios da sociedade onde os estudantes se movem, como é exemplo um grupo de escuteiros ou um grupo de teatro. Tal como é dito habitualmente, é necessária a ajuda de uma aldeia inteira para educar um ser, e, no caso dos jovens adultos, a tal aldeia continua a ser importante. Cabe talvez a cada um de nós, que lida com os mesmos, encontrar um espaço para ajudar a pensar e a decidir, a ponderar e a agir.

A verdade é que um ano completo é composto por ciclos e por momentos, para uns mais comuns e para outros nem tanto.
Todavia, todos nós vamos reconhecendo quando a vida carece de uma maior atenção ou de decisões mais concretas – e isso deve-se muito às aprendizagens que se vão fazendo e à experiência que se vai construindo. Se também é verdade que ninguém nasce ensinado, que se vai descobrindo e treinando à medida da necessidade, então cabe aos mais experientes auxiliar os mais jovens no seu percurso, de forma a que a sociedade possa usufruir daquilo que de bom cada um tem para dar.

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