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Arte do impossível e sair da zona de conforto

Mais ação e dedicação pela saúde dos portugueses

Arte do impossível e sair da zona de conforto

Ensino

2023-06-21 às 06h00

Francisco Porto Ribeiro Francisco Porto Ribeiro

A proposta de hoje é sobre um livro recente, de Steven Kotler, “A Arte do Impossível”, de 2022, onde o tema base sugere deixarmos a nossa zona de conforto para arriscar e acreditar nos nossos sonhos.
Em termos de metodologia, este livro é composto por 4 capítulos (Motivação, Aprendizagem, Criatividade e Fluxo), abordando o que é preciso fazer, uma proposta prática para pessoas não práticas. Para o autor, “impossível é tudo o que nunca foi feito e que a maioria acredita que nunca será feito” (acontece tanto na nossa vida). As áreas excedem a nossa habilidade e a nossa visão ou imaginação, sugerindo que, individualmente, consigamos dividir os assuntos como impossíveis com “I” grande (os sonhos mais loucos) e com “i” pequeno (sonhos impossíveis fazíveis). Considera, o autor, que se dedicarmos a nossa vida a realizar impossíveis com “i” minúsculo, acabamos com concretizar impossíveis com “I” maiúsculo no trajeto de vida pessoal (step by step). Refere, ainda, que “ir atrás do impossível tem o seu custo” e que “sempre que o impossível se torna possível, existe uma fórmula” que é pessoal. É fundamental lutar contra o hábito da inferioridade e a forma de descobrir que é capaz de se fazer o impossível passa por investir em tentar conseguir fazer esse impossível. Analisando, de acordo com os capítulos do livro, a fórmula passa pela Motivação dos nossos propósitos, a Aprendizagem permite continuar no “jogo”, a Criatividade revela a nossa orientação e o Fluxo é a forma como recebemos os resultados, de acordo com as expectativas iniciais. Para o autor, “a premissa central (…) é que o impossível tem uma fórmula” e “perseguir o impossível exige cavar fundo diariamente”, tendo em conta que “uma jornada de milhares de quilómetros começa com um único passo”. A motivação é a mensagem, considerando o desempenho máximo. Há momentos que precisamos caminhar devagar, para chegar ao nosso propósito. O autor defende que é necessário ter um “propósito de vida” uma vez que este promove uma menor incidência de AVC, ajuda na situação de demência e previne doenças cardiovasculares. Agora, para colocar o nosso propósito em prática, devemos sonhar em grande (o “I” maiúsculo), sendo essa uma afirmação primordial na vida. Defende que, “curiosidade, paixão e propósito são uma rampa de lançamento rumo ao impossível” e tipos diferentes de motivação produzem resultados diferentes (quem nunca teve idêntica ação, movida por propósitos distintos, com resultados distintos?).
Os impulsos intrínsecos têm a ver com a forma como se cria a energia psicológica necessária para fazer seguir adiante, enquanto os objetivos definem onde pretendemos ir. Referiu Aristóteles, há 2 mil anos, que os objetivos ajudam a estabelecer um resultado ou uma meta desejada, sendo um dos principais motivadores do comportamento humano. O problema é a complexidade, porque, por mais simples que a ideia de definir metas possa parecer, os problemas estão nos detalhes, uma vez que, definindo inicialmente o objetivo errado, potencia-se a criação de uma situação final igualmente errada, podendo prejudicar o desempenho final, reduzir a produtividade, e a motivação. Os objetivos funcionam melhor quando há uma relação de interesse entre os valores da pessoa e os resultados desejados para esses objetivos, ficando estes completamente comprometidos. Ou seja, os objetivos grandes funcionam melhor quando estamos apaixonados pelo tema e quando procuramos aquele resultado (como tudo na vida). Referiu o filósofo escocês, Thomas Carlyle, que “sem pressão não há diamantes”, ou seja, a excelência tem preço.
Todos os grandes empreendedores são modelos de persistência, revelando determinação e compromisso. Considera que força de vontade revela autocontrolo, capacidade de resistir às distrações, vontade de permanecer focado e de tentar saber esperar pelos frutos da ação (“a recompensa”). Mas a força de vontade diminui ao longo do dia, revelando “esgotamento do ego”. A nossa atitude em relação ao apreendido revela a nossa mentalidade perante os factos (“viver e aprender”), sendo que “a excelência exige repetição”. Aqui o autor alerta para a necessidade da prática diária da gratidão, que altera o viés negativista do nosso cérebro, sendo que o melhor momento para o fazer é de ordem pessoal. Em resumo, o otimismo e a confiança produzida pela gratidão reduz a ansiedade, com efeitos claros para a saúde. Se aprendermos a ficar confortáveis com o desconforto, aprendemos a usar o medo como nosso guia e, ao controlar o medo, expandimos a capacidade de nos ensinar e de estabilizar o controlo como “determinação para ser o melhor quando se está na pior” (aspetos da liderança).
Os pontos fracos são referências que menos apreciamos e, como tal, por questões de defesa, aspetos que não assumimos, que negligenciamos e, como tal, menos praticamos. A “falta de treino” dá espaço a sermos “derrotados” pela nossa incapacidade no treino. Em resumo, temos de treinar os nossos pontos fracos.
Na perspetiva do autor, quem procura realizações grandiosas (o tal “I” maiúsculo), movido pela motivação, considera que se obriga a desenvolver uma expertise (especialidade do conhecimento) real. Devemos, permanentemente, tentar aumentar sempre o nosso nível de desafio futuro. A aprendizagem permanente (habilidade invisível) é a forma de acompanharmos o ritmo do objetivo em movimento. Uma mentalidade em crescimento poupa tempo, significando que o cérebro está preparado para novos conhecimentos, ajudando na perceção dos erros e nas correções das oportunidades de melhoria (ROI, Return On Investment, do pensamento). É necessário dominar o medo, sendo esse um ponto em comum na fase de aprendizagem. Considera que se alguém tiver interesse em aprender é, seguramente, um(a) amante de livros. Aqui deixamos uma proposta e um desafio à leitura, considerando que poderá ajudar a repensar as nossas prioridades, ajustadas às necessidades.

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