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As Bibliotecas e a comunidade local

A responsabilidade de todos

As Bibliotecas e a comunidade local

Voz às Bibliotecas

2018-06-28 às 06h00

Rui A. Faria Viana Rui A. Faria Viana

Criadas para servirem as comunidades, as bibliotecas, enquanto organizações de carácter público, devem dirigir os seus recursos em função das áreas geográficas que servem, justificando a sua existência e recursos de que dispõem, não pela gratuitidade dos serviços que prestam, mas pela satisfação dos interesses do público que delas necessitam e a elas recorrem.

Nesta perspectiva, as necessidades da comunidade local onde as bibliotecas estão inseridas devem servir de estratégia para orientar o estabelecimento da sua missão enquanto organizações de carácter público. Assim, o papel que as bibliotecas devem assumir, é aconselhável que resulte e se posicione de acordo com uma estratégia de intervenção desenvolvida com o meio em que estão incluídas. As bibliotecas, sob o risco de diminuição de importância na esfera social, terão necessariamente de se afirmar no âmbito deste espírito e assumir, claramente, um modelo de gestão que privilegie uma forma de interagir com o meio, colocando-se ao lado dos interesses dos indivíduos, assumindo-se como organizações necessárias e vitais na promoção e satisfação de valores comuns. Caso contrário, não conseguirão integrar-se no meio e a natureza pública da sua missão, enquanto justificação da sua existência, tenderá a subalternizar-se relativamente a outras organizações, com a diminuição da sua importância no seio da sociedade.

Neste contexto, achamos que as bibliotecas públicas têm de se justificar para serem públicas. Não basta que estejam abertas ao público, e por esse facto, razão suficiente para serem sustentadas economicamente por todos. A sua necessidade tem de ser sentida pelas comunidades e para que tal ocorra devem estar preparadas para responder de forma adequada e eficaz aos interesses e às necessidades do público que servem.
É importante verificar que o reconhecimento de utilidade das bibliotecas públicas não poderá basear-se unicamente no facto de serem um bem público e como tal, por si, necessárias, mesmo se desfasadas da realidade. A sua rentabilidade social necessita de ser constatada por todos, e os serviços que presta não poderão ser vistos como um privilégio de alguns, mas um direito de cidadania de todos os indivíduos da comunidade. Por isso, as bibliotecas públicas são responsáveis e devem ser responsabilizadas pela função social que exercem, não só na promoção da leitura e na formação de leitores, mas também na difusão da informação, divulgando-a junto dos que dela precisam, de modo a formarem cidadãos críticos, autónomos e activos no seio da sociedade. O combate à desinformação, torna-se assim uma tarefa imprescindível para fazer face ao analfabetismo funcional, motivo de exclusão e discriminação, apesar de, em muitos casos, possuírem uma escolaridade obrigatória longa.

A missão das bibliotecas públicas neste contexto é a de assegurar a prestação de serviços de informação à comunidade local para o seu desenvolvimentos individual ou colectivo. A grande aposta das bibliotecas públicas, nos dias de hoje, deverá caminhar no sentido de uma afirmação enquanto serviço de referência, aqui entendido pela sua qualidade, que satisfaça as necessidades e as expectativas dos indivíduos no seu território de influência. O reconhecimento da importância destas organizações locais de conhecimento e de informação está associado à sua utilidade e imprescindível interesse como um recurso de educação permanente.

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