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As Bibliotecas e a preservação dos jornais

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 As Bibliotecas e a preservação dos jornais

Voz às Bibliotecas

2019-10-17 às 06h00

Rui A. Faria Viana Rui A. Faria Viana

Nas bibliotecas públicas os jornais são importantes fontes de investigação sobretudo porque neles encontramos o registo de acontecimentos culturais, políticos, económicos e sociais de uma determinada localidade ou região. Segundo Wilhelm Bauer «o jornal é uma verdadeira mina de conhecimento: fonte de sua própria história e das situações mais diversas; meio de expressão de ideias e depósito de cultura. Nele encontramos dados sobre a sociedade, seus usos e costumes, informes sobre questões económicas e políticas» (BAUER, Wilhelm e outros – “A imprensa como fonte histórica”. São Paulo: ECA-USP, 1970, p. 85).
A importância dos jornais tem sido destacada pelo enorme contributo para o desenvolvimento de estudos sobretudo de carácter local e as bibliotecas públicas têm-se deparado com a necessidade de tomar as medidas mais adequadas para preservar os originais, protegendo-os do desgaste da consulta e do manuseamento intenso de que muitas vezes são alvo. Hoje, assiste-se, cada vez mais, à sua digitalização pois, os ganhos daí resultantes tanto para os utilizadores como para a instituição depositária são assinaláveis. A título de exemplo, o jornal The New York Times digitalizou toda a sua colecção desde 1851 disponibilizando mais de 13 milhões de artigos na Internet (http://nytimes.com/ref/membercenter/nytarchive.html). Por sua vez as bibliotecas, ao retirarem os originais da consulta evitam a sua deterioração causada pelo manuseio, exposição à luz e humidade, e não comprometem a sua integridade, contribuindo desse modo para a preservação deste tipo de documentação já de si bastante vulnerável à acção do tempo e menos durável atendendo às características do papel. Os utilizadores passam a aceder a um património que é público quase sempre a partir da Internet por ser disponibilizado na Web sem necessidade de se deslocarem ao espaço físico onde as colecções estão depositadas e, por vezes, serem confrontados com a inacessibilidade do documento devido às suas condições físicas ou à sua indisponibilidade por consulta de outro utilizador ou até por ausência para higienização ou restauro.
A preservação destas colecções através do processo de digitalização vai também contribuir para uma melhor gestão da informação com benefícios acentuados para os utilizadores pelo tempo ganho na pesquisa, pois, passar as páginas de um jornal, uma a uma, durante semanas ou meses à procura de uma informação, passou a ser coisa do passado. Agora, para chegar à informação pretendida o pesquisador não precisa de dedicar muito tempo à procura de determinada palavra chave ou acontecimento. A aplicação de softwares capazes de “ler” o que procuramos vem facilitar o trabalho de pesquisa e permitir ganhar tempo para outras tarefas. Para recuperar a informação utiliza-se cada vez mais uma tecnologia de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR) que procura as palavras que pretendemos e se relacionam com o assunto que desejamos pesquisar.
Apesar da digitalização dos jornais ser um processo que leva tempo e exige investimento financeiro, a constituição de uma hemeroteca digital é o passo que deve ser seguido e a aposta que deve ser feita por parte das bibliotecas públicas. De acesso limitado até aqui pois, – as colecções completas quase só estão disponíveis nas grandes bibliotecas de depósito legal – com a sua digitalização e disponibilização na internet verifica-se uma democratização na acessibilidade à informação e um consequente aumento na busca da informação.

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