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As Bibliotecas e o empréstimo de livros

A responsabilidade de todos

 As Bibliotecas e o empréstimo de livros

Voz às Bibliotecas

2019-09-19 às 06h00

Rui A. Faria Viana Rui A. Faria Viana

Oempréstimo de livros nas bibliotecas públicas é um dos serviços mais importantes e significativos para os utilizadores. Graças a ele, todos sem distinção de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou condição social podem usufruir da leitura de forma livre e gratuita, e ter acesso à cultura e ao conhecimento.
Em todo o mundo, esta é uma característica transversal às bibliotecas públicas. Por isso, é com algum interesse que se analisam os dados do empréstimo por serem indicadores relevantes, muitas vezes, até do grau de desenvolvimento das cidades dos diferentes países do mundo.
Vem isto a propósito dos dados apresentados na página do “World Cities Culture Forum” que reúne e divulga elementos estatísticos do empréstimo de livros realizado pelas bibliotecas públicas de várias cidades do mundo. Esta entidade com sede em Londres, fundada em 2012 e constituída inicialmente pelas cidades de Londres, Nova Yorque, Xangai, Paris, Istambul, Sydney e Joanesburgo, integra hoje 39 membros, onde também se inclui Lisboa. Os números por ela apresentados na sua página não deixam de ser curiosos. Assim, as doze cidades que mais livros emprestaram por ano através das suas bibliotecas públicas (dados de 2018) foram (por ordem decrescente): Tóquio (com 111,9 milhões de livros emprestados); Xangai (86,2 milhões); Nova Yorque (56,3 milhões); Hong Kong (49,8 milhões); Los Angeles (42,0 milhões); Singapura (33,0 milhões); Moscovo (30,3 milhões); Toronto (30,2 milhões); Melbourne (29,1 milhões); Paris (28,3 milhões); Seul (26,0 milhões) e Londres (25,8 milhões).
No entanto, ao analisarmos estes dados devemos ter em consideração que nem todas as cidades têm o mesmo número de bibliotecas públicas por habitante. E isto porque, quando uma cidade tem mais bibliotecas e mais habitantes, a probabilidade de se realizarem mais empréstimos de livros por ano é também maior. Por isso, não devemos comparar Tóquio onde vivem cerca de 14 milhões de habitantes e conta com 2,9 bibliotecas por cada 100.000 habitantes com Madrid onde vivem pouco mais de 3 milhões de habitantes e possui 1,5 bibliotecas públicas por cada 100.000 habitantes.
Assim sendo, é muito mais interessante analisar o empréstimo de livros “per capita” independentemente do número de habitantes das cidades e ao fazê-lo deste modo temos uma ideia mais realista do serviço prestado. Servindo-nos dos dados reunidos pelo “World Cities Culture Forum”, a cidade de Zurique (que não aparecia na lista anterior) encabeça o número de empréstimos por pessoa com 8,48 livros emprestados por habitante ao ano. Tóquio surgiria com 8,28 empréstimos por pessoa e, da lista apresentada, deixariam de constar cidades como Xangai, Moscovo, Toronto, Paris, Seul e Londres, passando a constar outras cidades numa ordenação bem diferente em que teríamos a seguinte listagem: Zurique (com 8,49 empréstimos por habitante); Tóquio (8,28); Hong Kong (6,73); Nova Yorque (6,53); Melbourne (5,99); Singapura (5,88); Montreal (5,39); Taipé (4,95); Dublin (4,1); Edimburgo (4,16); Los Angeles (4,14) e Amesterdão (4,12).
Quanto a Portugal e à cidade de Lisboa, esta aparece com 0,45 livros emprestados por habitante.
A análise destes dados é curiosa e permite-nos reflectir sobre a importância que os diferentes países e cidades atribuem à leitura e no investimento que fazem relativamente às suas bibliotecas públicas.

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