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As Bibliotecas e os hábitos de consumo de notícias

A responsabilidade de todos

As Bibliotecas e os hábitos de consumo de notícias

Voz às Bibliotecas

2020-06-25 às 06h00

Rui A. Faria Viana Rui A. Faria Viana

Depois de aqui termos falado em notícias falsas ou “fake news” num texto intitulado “As Bibliotecas e a educação virtual no combate à infodemia” (30-4.2020), verificamos agora, segundo o “Reuters Digital News Report 2020”, que os portugueses são dos mais preocupados com a legitimidade dos conteúdos na Internet. O “Reuters Digital News Report 2020” é o nono relatório anual do Reuters Institute for the Study of Journalism e o sexto que integra informação sobre Portugal. Aplicado pela YouGov, o inquérito em que se baseia este projecto incide em mais de 80 mil indivíduos, em 40 países, o que constitui o maior estudo de hábitos de consumo de notícias do mundo. A edição deste ano analisa as seguintes questões: 1. Jornalismo e Plataforma, poder e sociedade; 2. Emergência climática; 3. Confiança em notícias e questões relacionadas com a desinformação; 4. O papel dos meios de comunicação social local / regional; 5. Peso dos novos hábitos de consumo, nomeadamente podcasting e vídeo.

No âmbito deste relatório os portugueses são unânimes em reconhecer a importância do jornalismo na sociedade «com 7 em cada 10 portugueses a considerar que este desempenha um papel importante no bom funcionamento das estruturas sociais contemporâneas». Já quanto à fidelidade da informação, os portugueses acham que compete aos jornalistas «um papel de maior responsabilidade na filtragem dos factos e sua veracidade».

No que diz respeito à confiança em notícias, Portugal é no «conjunto dos 40 mercados analisados, o país onde mais se confia em notícias a par da Finlândia, com 56% dos portugueses a dizer confiar em notícias em geral».
Quanto à desinformação e “fake news” os portugueses são dos que mais se preocupam com a legitimidade de conteúdos online, «com três quartos da amostra nacional a dizer estar preocupada com o que é real e falso na Internet. Apenas os inquiridos na Brasil urbano se revelam mais preocupados que os portugueses, com Holanda, Eslováquia, Alemanha e Dinamarca em destaque como os países cujos inquiridos se revelam menos preocupados com esta questão». Por sua vez, as redes sociais e em particular o Facebook, revelam-se como as fontes que geram maior preocupação aos inquiridos.
Relativamente aos “media” locais e regionais, os portugueses apesar de menos interessados pelas notícias e órgãos de comunicação locais e/ou regionais, quase metade (47,6%) mostra-se interessada em notícias que lhe são mais próximas.

Também a percentagem de utilizadores de podcasting e vídeo aumentou entre os portugueses onde este formato «é particularmente bem-sucedido entre os mais jovens, com 66.3% dos inquiridos entre os 18-24 anos e 59,2% dos que têm entre 25-34 anos». Quanto ao consumo de notícias em vídeo, os portugueses são ainda «mais activos», sendo as principais fontes os websites / apps de marcas noticiosas, seguidas pela rede Facebook.
Portugal é, também, no conjunto dos 40 países inquiridos o terceiro país «cujos cidadãos mais se preocupam com as alterações climáticas» surgindo apenas à sua frente o Chile, Quénia, África do Sul e Turquia. Aqui, a televisão destaca-se como o principal meio de acesso a notícias deste género.

Através deste relatório verifica-se, igualmente, uma tendência de mudança nos hábitos dos inquiridos portugueses. Por exemplo, apesar da televisão continuar a ser a principal fonte noticiosa (55,8%), constata-se um «aumento da centralidade» da Internet e das redes sociais, devido à perda de importância da rádio e da imprensa. O smartphone tornou-se o dispositivo mais utilizado pelos portugueses para consumo de notícias comparativamente ao computador e ao tablet. Também são os portugueses dos que menos pagam por notícias online, apenas 10,1% o fizeram. A rede Facebook continua a ser a mais utilizada seguida do YouTube e do WhatsApp.
Este relatório reveste-se de alguma importância para as bibliotecas na medida em que se torna extremamente útil para quem gere informação saber quais são os meios privilegiados de difusão e de acesso, assim como as preocupações que estão presentes na grande maioria dos utilizadores quanto à pertinência e à fiabilidade da mesma.

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