“Bullying”
Correio
2012-01-18 às 06h00
Visitar Braga neste final de 2011 dá para se pensar em contrastes que atravessam várias cidades deste País.
Por um lado, um exemplo muito positivo em que se pode estar na principal avenida histórica de Braga, feita parcialmente zona pedonal, onde de cada lado podemos ver a maioria das lojas de marca quer de alto quer de baixo custo, que existem, algo que faz com que haja ainda vida no centro histórico.
Mas por outro lado podemos ver um centro comercial que se havia instalado no centro his-tórico, há já alguns anos, em total decadência, acabou, ou está quase acabado. E nasceu um excelente novo centro comercial na periferia de Braga, numa zona em pleno desenvolvimento, junto ao novo Hospital.
Como é evidente de modo algum se pode não dizer bem do crescimento de qualquer cidade do nosso País, logo todo o desenvolvimento no caso de Braga, é positivo.
Mas, hoje, estamos as perceber que se deixou morrer todo e qualquer centro histórico das nossas cidades. Houve a ideia, que vingou, de que seria, sinónimo de ter melhor qualidade de vida indo viver fora dos velhos centros das cidades, e em simultâneo sendo criados centros comerciais e hipermercados, nas periferias das ditas cidades, para ter 'lá' tudo. Hoje temos a maioria dos centros históricos das nossas cidades em total degradação, a caminho do fim. As pessoas saíram e foram viver para a periferia e as actividades comerciais e não só, foram também seguindo o mesmo movimento.
E de repente todos entendemos que temos grandes cidades, com grande história, com excelentes monumentos, excelentes memórias que se deixaram morrer, pensando-se que a qualidade de vida só existiria fora das cidades, havendo deslocação para estas, única e exclusivamente, para trabalhar e nada mais.
Mas as deslocações complicam a vida, fazem gastar mais dinheiro, e fazem com que hoje se pense que afinal valeria mais ter recuperado, modernizado as cidades e seus centros históricos, criando vida - mais moderna - fazendo vida, aliando passado ao futuro, via momento actual.
Claro que hoje, já, está tudo mais morto que vivo e não vai ser fácil alterar esta situação. Claro que a crise, com a falta de dinheiro inerente, fará com que, para além das urbanizações já construídas fora dos centros históricos, nunca mais sejam vendidas, outras não serão construídas.
E a ideia inversa, ou seja, o movimento das periferias para os centros históricos, neste momento é impossível. Não há dinheiro, para construir novo, mas também não há para re- construir o antigo, o velho.
E se o exemplo citado de Braga em que vemos as duas situações conjuntas, a tentativa de não perder totalmente o centro, sem deixar de ter periferia, será parcialmente positivo, é pouco, e hoje não se antevê alternativa.
A juntar a tudo 'isto' estamos dependentes de dinheiro que virá dos chineses - não vale fazer de conta que não! - , e se calhar ordens atrás do dinheiro, emprestado, será o que nos vai acontecer.
A China tem séculos de história - algo que parece que todos esquecemos - e parece que aproveitou a globalização e por via da mesma a deslocalização das indústrias do Ocidente para Oriente, para fazer valer-se como potência - rica, endinheirada - , e dispor do espaço Europeu, em decadência. Esperemos que nos deixe continuara viver em democracia - apesar de não ser o seu regime! - , e que nos preze no aspecto histórico, fazendo, talvez renascer os centros históricos, moribundos das nossas cidades. Haja vontade global de repensar tudo, com bom senso e humanismo, sem ser só o dinheiro, a, em tudo mandar...
Augusto Küttner de Magalhães
08 Outubro 2017
23 Novembro 2016
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