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Braga, segunda-feira

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As codornizes: histórias da Guiné

Premiando o mérito nas Escolas Carlos Amarante

Conta o Leitor

2020-08-21 às 06h00

Escritor Escritor

Carlos Barros

Existia no destacamento de Nova Sintra uma caçadeira de um cozinheiro que tinha sido comprada a um comerciante em Bissau, uma arma usada e que não revelava a mínima segurança porque, algumas vezes, os cartuchos rebentavam no cano, constituindo um perigo iminente.
Mas, os militares, muitas vezes arriscavam e, lamentavelmente, não olhavam ao perigo e foi o caso do furriel Barros que desafiou esse mesmo perigo.
Tendo como companhia o João cozinheiro, o Barros foi caçar, ao fundo da pista de aviação, onde abundavam muitas codornizes que estavam na fase da nidificação e, passados uns minutos, foi vista uma codorniz, empoeirando-se no chão.

Furriel, olha alí uma codorniz, está a vê-la, avisou o João Padeiro?
O Barros observou o chão e viu uma codorniz, muito imobilizada e com a arma carregada, disparou um tiro e, passados segundos, uma codorniz levantou , para o meio de um canavial.
O João apreensivo e moralizador com o resultado do tiro, disse ao Barros que se esquecesse, pelo menos, feriu a codorniz que supostamente, tinha caído no referido canavial, animou o seu amigo.
Os dois caçadores tinham percorrido vinte metros e, mais um pouco adiante, o João gritou a “sete foles”:
- Furriel, olha estão duas codornizes ali mortas com o seu tiro!...
O Barros nem queria acreditar no sucesso da sua caçada e, provavelmente, estava um casal de codornizes juntas, e o tiro atingiu-as sem o Barros se aperceber e estariam mais algumas nesse bando, que fugiram esvoaçadas para o citado canavial.
O furriel nem deu mais um passo para a frente, regressou com o seu amigo ao quartel, com as duas codornizes presas ao cinto do camuflado, dando a transparecer que era um autêntico caçador, mal sabiam os outros militares que aquela ridicula”matança” fora obra do acaso…
Os Alferes Figueira e Felício felicitaram o Barros pela caçada, com o Domingos Oliveira, do 3º grupo de combate, a oferecer-se para as depenar, com a intenção de comer uma mas, o Barros já “militar sabido” das manhas dos soldados, agradeceu a gentileza e foi ele mesmo depená-las e os cozinheiros Eduardo e Rochinha prepararam o repasto, limitando-se a “comer” o cheiro delas…
Na messe, o Barros deliciou-se com as duas codornizes cozinhadas e deu duas perninhas, aos amigos Elias e Mendonça, uma a cada um, porque não dava para mais…As perninhas dessas infelizes aves tinham mais osso que carne…
O Sousa e o Vieira, Vago-Mestre, tentaram provar o aperitivo mas o Barros apenas lhes deu um pouco do molho que deslizou sobre o arroz com salsichas….
Foi melhor que nada!

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