A responsabilidade de todos
Voz à Saúde
2020-04-28 às 06h00
O distanciamento social, o isolamento e as alterações que realizamos no nosso quotidiano, consequências da pandemia Covid-19, são dificuldades pelas quais passamos na atualidade e o país proporciona as melhores soluções para a segurança e continuidade dos cidadãos. Mas estaremos nós e o país preparados para as consequências futuras, nomeadamente nas implicações que o isolamento e pandemia possuem na saúde mental?
Temos conhecimento dos componentes emocionais da depressão, nomeadamente a tristeza, irritabilidade, vazio e exaustão e em determinadas condições, estas sensações e experiências apoderam-se do corpo e transformam-no, influenciando a motivação, sono, apetite e atenção. Esta condição afeta a nossa capacidade de resolução de problemas, estabelecer e alcançar objetivos e funcionar eficazmente. A genética de cada indivíduo influencia na facilidade que cada um possui em desenvolver depressão clínica, mas esta também é altamente influenciada pelo stress ambiental e o stress e ansiedade singulares da pandemia Covid-19 sugerem que uma proporção incomumente grande da população pode desenvolver esta problemática.
Apesar de Portugal ser considerado um país exemplo no controlo pandémico, as medidas expostas não controlaram a inevitável perda de vidas, fator que caracteriza um forte preditor de depressão e o curso contínuo e imprevisível destes fatores aciona uma camada de risco. O isolamento social prolongado, a nossa principal estratégia na redução e propagação do vírus, adiciona outro patamar de risco e aqueles que vivem sozinhos e sem oportunidades sociais são os mais afetados, uma vez que a solidão gera depressão. As famílias, que necessitam de conviver por períodos incomuns de tempo em espaços confinados, podem experimentar mais conflitos, aumentando também os riscos. A China relatou um aumento nos números de divórcios após a quarentena e o divórcio prevê depressão.
O maior fator stressante para muitos será o financeiro. O desemprego e as perdas económicas serão graves e as pesquisas sobre recessões passadas sugerem que o aumento do desemprego e da insegurança financeira levam ao aumento das taxas de depressão e suicídio. Aqueles que passam por períodos de desemprego, dívida e privação financeira durante as recessões, correm um risco significativo de depressão clínica, derivado do aumento da ansiedade, stress e difíceis circunstâncias a que necessitam de se moldar.
Sugestões de auto-ajuda estão prontamente disponíveis, como livros e sites online, mas os estudos mostram, no entanto, que esses incentivos, no caso da depressão, não são suficientes. Necessitamos de mudanças de nível superior, nomeadamente na política e na forma como abordamos o problema:
• As medidas de alívio económico governamentais são respostas cruciais, tanto à recessão económica, como à depressão psicológica;
• Não descrever a depressão apenas como uma doença mental, risco que aumenta o desamparo e o uso de substâncias, mas também como uma consequência da ansiedade e stress da atualidade;
• O sofrimento que sentimos é uma resposta humana normal a uma crise grave, reconhecer e aceitar estes sentimentos pode impedir a que a angústia se transforme em patologia.
A depressão é uma doença grave que atua na saúde mental e física, interferindo no nosso bem-estar e felicidade. Reconhecer e munir o futuro com profissionais do âmbito da saúde mental constitui um dos pontos prioritários à normalização que iremos atingir. Lembre-se, cuide de Si! Cuide da Sua saúde!
12 Março 2024
05 Março 2024
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