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Às escuras

Educação, em Gaza? Ou sorte, ou utopia...

Às escuras

Ideias

2022-05-05 às 06h00

José Manuel Cruz José Manuel Cruz

Terça-feira, 3 de Maio, Macron terá passado duas horas ao telefone com Putin. Terça-feira, 3 de Maio, todavia não tinha Macron encontrado Primeiro-ministro para nova etapa presidencial. As agonias são diferentes, mas não deixa de ser esclarecedor que um impasse se sobreponha a outro numa França e numa Europa às escuras, a meia-luz, sob luz deformante.
Não temos Sol, os escombros sombrios da Ucrânia são os escombros em seu grau sombrios da Europa, não dos Estados Unidos, e isso é toda uma história. Macron contava com uma mediação em grande para se ver alvo de todos os aplausos e a resguardo da pior das críticas, e a aposta saiu-lhe furada. Queria via livre para formar governo, e eis que Mélenchon lança uma ofensiva quase putiniana de subjugação da Esquerda, e não está fora de questão que não venha a mudar os dados e o sinal da equação.
O que se passa hoje em dia em França é inédito, porventura com um paralelismo na segunda metade dos anos trinta do século passado. O impossível parece estar a acontecer – o EELV e o PCF já estão em plataforma eleitoral comum com a FI, e o PS acabará por enfileirar, sob pena de desaparecer, apresentando-se a solo a eleições. É certo que a totalidade do PS não está pelos ajustes, e pronunciamentos há, mormente de Cazeneuve, de que entregará o cartão partidário, para emergir de jejuns, por acaso, à mesa de Macron.
Por efeito de contaminação, talvez Le Pen releve agravos e ultrapasse faltas de jeito de Zemmour, e com ele e outros se entenda para uma frente comum à direita.
Macron parece emparedado e no seu tanto às escuras. Dele fazem um valor seguro e um farol os que cegamente acreditam na Europa.
A Bela Esquerda dizia cobras e lagartos de Le Pen, ainda há dias, por o seu pretenso racismo e xenofobia, pelo seu suposto alinhamento com Putin em detrimento do bom curso da Europa. Pois bem, se o primeiro pecado Mélenchon não comete, certo eu não estou de que pelo segundo não venha a fazer-se notar com regularidade de impenitente.
Que terá Putin dito? Seguramente nada que Macron ou a Europa queiram ouvir. A Europa é uma carroça em crise, tirada por mulas teimosas.

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