Educação, em Gaza? Ou sorte, ou utopia...
Ideias
2011-12-09 às 06h00
Muito se vem falando nas “gorduras” do Estado e na urgência em cortar com muitas delas, reclamando-se dos governantes, serviços e empresas públicas toda uma apertada e eficaz “dieta”.
Uma dieta que consequentemente envolve e exige um querer e toda uma acção de quem vem governando o país, acabando-se de vez com certos hábitos de grandeza enraizados no tempo, e pondo-se termo a certos cargos, funções e lugares que só existem ou foram gerados pela necessidade de satisfazer amigos e confrades partidários, pagar apoios e recompensar fidelidades.
Começando-se de imediato pelos assessores, que aliás também já enxameiam e vegetam a nível autárquico e não são exclusivo nem apanágio apenas dos ministros e outros governantes, impondo-se na verdade, e rapidamente, pôr-se-lhes termo, poupando-se assim dinheiros públicos.
Até porque, refira-se, se um governante, central ou local, não é capaz de dar conta do recado sózinho e carece de assessor a questão será então mesmo muito mais grave e o fenómeno tão só encontra explicação nas manigâncias políticas e fraquezas da própria democracia ao dar acolhimento e aceitação a incompetências, incapacidades e faltas de conhecimentos, eficácia e produtividade dos nomeados e eleitos para certos cargos e funções. Que, diga-se, por uma questão de honestidade mental, ombridade e seriedade intelectual nem sequer deviam ter aceite a nomeação ou se candidatado a tais lugares já que não podiam deixar de ter consciência das suas próprias deficiências e limitações.
Aliás, de acordo com o sistema implementado e o “surdo vozear” de uma democracia que muito se “cultiva” e se “alimenta” com o slogan de que “é democrático” sem se avaliar as consequências, vivências e realidades do próprio país, temos vindo a assistir a “governantes” impreparados, sem inteligência, nível, perfil ou gabarito para certos lugares e cargos onde se revelariam de todo incapazes e ineficazes se não tivessem o apoio permanente de assessores.
Por norma, reconheça-se, elementos ou afins dos seus partidos que a esse pretexto são acolhidos, vivem e vegetam à custa do erário público, e se vão pavoneando por aí sempre de bem com a vida.
Mas se é um facto incontornável que por vezes há matérias, problemas, questões e assuntos delicados a reclamar profundos conhecimentos, informações técnicas, aturados estudos e fundados pareceres, o Estado bem poderá começar por eliminar as “gorduras” dessas habituais e estratificadas assessorias e cortar também as “avenças” com certos escritórios de advogados, aproveitando os estudos, análises e pareceres dos juristas e demais quadros do Conselho Consultivo do MP.
Onde aliás, reconheça-se, já vingam e nidificam elementos com cor política e a quem, por norma, não minguam técnica, inteligência, conhecimentos, capacidade de análise e de estudo e ... até certa independência (!). O que sairia muito mais barato e sem custos extra, diga-se.
Aliás afigura-se-nos que seria vantajoso e útil fazer “ressuscitar” os antigos “Auditores Jurídicos”, qualificados e experientes magistrados do MP adstritos a cada ministério, que estariam sempre à mão e disponíveis para um estudo ou parecer mais premente sendo que, nos casos mais problemáticos, duvidosos, sensíveis ou importantes, funcionariam como “ponte” para audição, intervenção e consulta do referenciado Conselho Consultivo.
Aproveitava-se assim a “prata da casa”, eliminavam-se despesas extra e “cortava-se” com o já habitual recurso a escritórios de advogados, empresas de consultadoria, estudo e informação de que hoje tanto se vem falando.
Sairia mais barato ao Estado e haveria apenas o contra, admita-se, de não se poder fazer “pela calada” certas jogadas políticas, satisfazer alguns determinados e esconsos interesses de partidos ou lobies conhecidos.
Ainda debruçando-nos sobre as “gorduras” do Estado e “dieta” exigida pela grave situação do país, impunha-se de todo uma redução do parque automóvel e do número de elementos que vêm envolvendo e rodeando certos serviços e ministérios, como seguranças, motoristas e outro pessoal em excesso, mesmo em simples serviços de apoio, e de todo dispensável, mas com o exemplo a vir de cima, acabando-se de vez com luxos, pretenciosismo e atoleimado exibicionismo.
Aliás afigura-se-nos que devem ser repensadas muitas das “mordomias” dos governantes e demais responsáveis do Estado, refreando-se as visitas, as ajudas de custo, as despesas de representação, os jantares de gala, as deslocações ao estrangeiro, as inaugurações e as viagens e operando-se todo um indisfarçável “apertar do cinto”.
Que clara e inequivocamente se projecte como um exemplo para o povo, convencendo-o e incentivando-o assim a um corte nas despesas e a economizar, e ainda consciencializando-o da imperiosa necessidade de poupança e mudança de vida.
Um corte nas despesas e uma poupança que seriam de exigir do próprio parlamento, aliás com demasiados elementos apenas a vegetar no hemiciclo e a gastar dinheiro público, quando são de todo óbvias a inutilidade e a ineficiência de muitos deputados como nos vem mostrando a televidão, interrogando-nos legitimamente por que motivo estão tantos indivíduos ainda a viver à custa da “democracia”.
Mas continua-se a não querer alterar a Constituição e o povo que venha suportando tão alargado bando de inúteis pois a maior parte deles entra mudo e sai calado e apenas sabe dizer aqui e ali algumas parvoíces, rir-se alarvemente, soltar uma ou outra exclamação de pretensa e falsa inteligência, dizer “apoiado”, bater as palmas aos correligionários e vaiar os adversários.
Mas é para tal espectáculo e para tão grande número de figurantes que serve e se quer a democracia?
A degradação e inutilidade de um parlamento tão “anafado”, e sua manutenção, naturalmente legitimam severas críticas e justificam fundadas interrogações. Ao menos, diga-se, tenha a TV o decoro de não transmitir imagens do que por lá se vem passando já que os próprios parlamentares, como políticos (!?), o não têm.
20 Junho 2025
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