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Autocuidado não é perda de tempo

Segurança na União Europeia: desafio e prioridades

Autocuidado não é perda de tempo

Escreve quem sabe

2025-01-12 às 06h00

Joana Silva Joana Silva

Como o próprio conceito o indica, o autocuidado recomenda o “cuidar de si”. Autocuidado é o bem-estar, que se reflete saúde física e mental. Não é priorizar mais nem menos terceiros, mas sim, o estar em primeiro lugar em qualquer momento e situação, sem desculpas e sem culpas. Ao longo da vida, passa-se por desafios que muitas vezes, comprometem o autocuidado. Situações essas que estão muitas vezes ligadas a trabalhos difíceis sejam profissionais ou académicos e que primam por lideranças coercivas subliminares, ou já numa espera pessoal, estar sempre na “linha da frente” no enredo de problemas familiares em que ajuda tudo e a todos, mas quando você mais precisa não tem ninguém. Por causa de situações atrás descritas, deixa ou adia o estar com quem mais gosta ou sente prazer de estar, deixa também de fazer atividades que lhe dão felicidade e alegria simplesmente, sendo que a “desculpa esfarrapada” (tal como diz o ditado popular) é transversal, a de “não tenho tempo.”. Quantas vezes se “deixa para depois”? O tempo não volta para trás numa espécie de comando de televisão em que se retrocede atrás? Sente que a vida “não anda para a frente”? Não ferindo suscetibilidades, frequentemente essa desmotivação é fruto de atitudes e decisões tomadas por si. De quem é, por exemplo a decisão de “Vou ficar a trabalhar até mais tarde.”, quando a valorização profissional, reconhecida é certamente a mesma de que fosse embora e regressa-se no dia seguinte, correndo ainda o risco dee um comentário mais mal-intencionado de alguém no sentido de, “Faz horas porque quer subir de posto.”. De quem é a decisão de não ir à festa escolar ou aniversário do filho/a porque tem compromissos inadiáveis? Os anos passam, os filhos crescem e o tempo não volta atrás. Não há memorias certamente mais bonitas que vivenciar o crescimento e fases de quem se ama, nomeadamente os seus filhos. Qual foi a última vez que fez algo que realmente gosta? Sair para visitar algum sitio em viagem ou não, ou até para momentos mais simples, como disfrutar a natureza, ou estar aquela amizade do coração que quando estão juntos/as “fica outra pessoa”, revigorada do emocional?! É importante pensar sobre isso. A vida só faz sentido com a conciliação de todas as esferas pessoal, profissional emocional e psicológica, social e saúde numa ótica global de bem-estar. Quando direcionamos a nossa vida só para determinada esfera como o trabalho tendemos a “não a viver”. Por conseguinte, fica-se mais vulneráveis ao stress, à reatividade emocional (“tudo irrita”), possivelmente mais infelizes (parece que nada preenche o vazio) e insatisfeitos/as no geral (em que se interroga, “que caminho estou a seguir”?) É por isso que deve fazer o melhor por si. Parar, escutar o seu eu interior e observar à sua volta. Por vezes é preciso parar fazer o “reset”, quando cansado/a e assoberbado/a pelo stress e com um sentimento misto de bloqueio. O parar, permite uma melhor visão do problema para a sua resolução. O autocuidado deve fazer parte do seu dia-à-dia. Um dia tem 24 horas, dedique então como um compromisso pessoal consigo próprio/a dedicar pelo menos 15 minutos (embora haja dias em que possa precisar mais do que 15 minutos) do seu dia em algo que goste. Desculpas a evitar para por de lado o compromisso pessoal. Ter o habito diário de fazer o que se gosta, previne a saúde mental e como consequência aulia na saúde física. Não precisa de ser atividades que tenham impacto muito grande na sua gestão do tempo. Atividades simples como, ver o seu programa favorito e saborear um ou dois quadrados de chocolate, praticar aquela atividade desportiva (ótima para regular níveis de stress), fazer “scroll” nas plataformas digitais, ir ao cinema, ir 15 minutos a um café para estar com os amigos, ouvir “nas alturas” a sua música preferida, ligar a um/a amigo e falar de assuntos triviais, entre outras. Reflita com atenção, quando está a fazer o que gosta, o seu cérebro automaticamente “calibra” para o bem-estar. Neste sentido, parece que por minutos ganha outra energia. Se porventura está numa fase em que lhe é difícil fazer atividades de autocuidado, talvez o melhor seja ter ajuda especializada como a psicoterapia. O autocuidado não pode ser isto como perda de tempo. É sem duvida ganhar saúde.

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