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Bazófias e parvoíces

Arte, cultura e tecnologia, uma simbiose perfeita no AEPL

Ideias

2018-11-09 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

Pensava-se que o “Piririca”, conhecido palhaço e deputado federal do Brasil, seria tão só a “marca da casa” da nação irmã, onde, para além dos futebol, carnaval e samba vingam toda uma “reinação” e “bagunça” na política com as extravagâncias, excentricidades, incompetências e ideários dos candidatos a deputados, senadores, governadores e presidentes. Que se estendem desde um palhaço, um actor de filmes pornos, cantores da “fé” e velhos jogadores de futebol, mas há que admitir que convencimento, parvoices, maluqueiras e disparates não são só apanágio de políticos ou candidatos de outros países pois por aqui já abundam “piriricas”, de saias ou não, “actores” de cenas “porno”, posições “escaldantes” e “bazófias” balofos e ineptos na população política. Que, quando no poder e na “mó de cima”, se perdem em parvoíces, intervenções e afirmações onde minguam sensatez, carácter e até... vergonha na cara. Portugal sofreu grandes mudanças, perdeu princípios e valências ancestrais numa voragem de “mutantes”, com a “transferência dos valores em plasticina moldável, a degradação do sentido de Estado e da ideia de serviço público” (CM, 18.10.18), e numa “plasticina” tanto mais macia e moldável quanto mais escasseiam inteligência, personalidade, respeito próprio, brio pessoal e competência.

Aliás, casos e situações recentes denotam que a sensatez se vem perdendo no “esgoto” das redes sociais, sendo muitas vezes toldada e até abafada pelos surdos “ruídos” dos palavreados e insólitas atitudes, quando era imposto todo um prudente silêncio. Para “armar barraca” nas redes sociais bastou B. de Carvalho, um homem de bazófias e futebol levado ao colo por “medias” vivendo um jornalismo de escaparate, explosivo, de escândalos e extravagâncias. Mas voltando-nos para os nossos “pipiricas” da política, há por vezes comentários, regosijos e júbilos tão “desadequados”, “insensatos” e “parvos” que acabam por «ferirem de morte aquilo que devia ser a normalidade», dando azo à pergunta «o que adianta à Cultura a escolha sexual do titular da pasta» (C.M.16.9.18). Isabel Moreira, uma extravagante deputada socialista(!?), sublinhou e exultou no Facebook “«a relevância enorme de Graça Fonseca ser a primeira ministra lésbica fora do armário em Portugal»”, desejando-lhe «um óptimo trabalho”, ela que, em 2017 e secretária de Estado, se assumiu como tal, num normal acto de «afirmação política» alheando-se do politicamente correcto e eventuais comentários.

Sendo inquestionável que nada nem ninguém tem que ver ou opinar sobre opções sexuais, modos de estar e de vida de outros, a insensata e parva intervenção de Isabel Moreira, pela sua “intensidade” e significado político, suscita profundas reflexões, múltiplas reservas e dúvidas. Se, «prima facie», pode ser entendida como uma simples afirmação de “orgulho gay”, tão expressiva e jubilosa saudação poderá acobertar um qualquel incómodo e esconso sintoma, ou mesmo estigma, pois é impressionante o registo e relevo que prodigaliza à “ coragem” para sair do armário e ao facto de ter sido “a primeira” ministra a fazê-lo. O que até parece sugerir haver muita gente no mundo das governação e política sem coragem para assumir a sua sexualidade e sair do “armário”, o que não deixa de ser lastimável. Aliás, numa época em que as “saídas” de “armários” surgem dia a dia e com natural normalidade, dispensando até comentários e observações estúpidas, já é preocupante toda e qualquer falência em coragem, pois pode-nos levar a pensar que tal seja a “marca da casa” de quem nos vem governando, nada afoito e sempre temeroso em tomar e em impor aquelas medidas que o bem do povo reclama. O que, diga-se, não deixa de ser também patético!...

Não se minimizando a muita bazófia que subjaz a muitas afirmações de diferença pela sexualidade, às vezes adulteradas por “marcações” políticas, “snobismo”, desejo de se sentir “in” e “exibição” de um personalismo de esquerda, impõe-se reconhecer que , num quadro de mutação de valores e princípios em termos “plasticínicos”, o país já se moldou a tal estado de coisas e aceita-o como natural resultado das alterações e aberturas legais ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, ao alargamento da adopção a tais “casais”, a um novo conceito de “famíla”, e a certos liberalismos no aborto, inseminação artificial, etc. etc.., bem se dispensando os júbilos das Isabéis e quejandos. Ao povo não interessa saber as opções sexuais do PR, PM, seus ministros e deputados já que, de todo “moldado” pelos efeitos de tal “plasticina” na transformação de valores e princípios ancestrais, tão só o perturbam e preocupam as patetices, afirmações bazófias de desconchavo esquerdóide e as posições prenhes de balofo ideário em borbulhas de farófia e empáfia, aliás extravagantes e parvas, dos “piriricas” que engrossam a governação e a política, aprovando um orçamento mentiroso e “eleiçoeiro”, com graves encargos para o povo num jogo do “dá e tira”, o agravamento da vida e um tenebroso futuro, tudo isto ante as “patifarias” do Centeno, “risinhos” do Costa e os “afectos” do Marcelo.

Mas nas mudanças no governo, imprevistas, maquiavélicas e insólitas, apesar das incompatibilidades, questões e “arruído” havido, Costa revelou-se habilidoso, ágil e não fiável, “jogando” para a maioria e pela calada. Rodeia-se de “servidores” e amigos conhecidos do aparelho, aproveita a “experiência” de 10 ex-secretários de Sócrates, e leva o amigo especial deste, o Galamba, barulhento e tumultuoso, para a Energia. Pode não saber mudar os fusíveis nem substituir uma lâmpada, mas vai aumentar a “carga voltaica” do M.Fernandes para lidar com a ERSE, onde se pensava “meter” Carlos Pereira, um ”imparcial” deputado socialista. Quanto ao mundo da cultura e artes, seus “artistas” devem ter ficado ufanos com a promoção da Graça a ministra, dada “«a valorização de uma certa perspectiva cultural do exercício de cargos»” (CM.17.10.18) como escreve, sem se fazer entender, Ricardo Rio. Entretanto a “guerra” continua nas FA, o Rovisco Duarte saiu por razões político-pessoais como disse e explicou(!), a PJM continua em maus lençóis, o processo de Tancos ainda mexe e vem-se sabendo que o “governo gasta 116 milhões em viagens”, a “dívida aumenta 25,5, milhões euros/dia”, “a entidade das contas e financiamentos políticos diz precisar de um reforço de quase um milhão de euros para fiscalidade as contas partidárias e eleitorais” e “«o orçamento tem uma mistura de medidas que não são como o governo está a dizer»” (Rui Rio, CM 18.10.18). Mas, sublinhe-se, as opções pessoais a nível de sexualidade dos governantes actuais não nos “aquecem nem arrefecem”, como é usual dizer-se, apenas se pedindo que saiam do “armário” do ... poder e tenham a “coragem” de despir a “geringoncite” que os vem vestindo, tolhendo e minando.

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