Correio do Minho

Braga, sexta-feira

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BeBeCês e outras malfeitorias

Entre a vergonha e o medo

Ideias

2017-01-27 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

Num país em que proliferam as siglas e vingam as iniciais, causando dores de cabeça a quem quer perceber seus sentido, significado, o que simbolizam, alapam e escondem ( e quanto de esconso há em algumas...), importa dizer que os nossos considerandos nada têm a ver com a conhecida BBC de Londres, um meio audiovisual de projecção e valência a nível mundial, nem quaisquer afinidades, por eventual e ocasional similitude, com o CCB de Lisboa, no concreto das potencialidades, vivências e virtualidades da cultura de um povo.
Aliás, se há siglas que se interligam e confundem, a realidade é que muitas apenas se afirmam pela sua onerosidade na vida dos povos, apesar dos seus virtuosismos semânticos, sinalizações utópicas, méritos ocasionais e perversos efeitos. Não se “embarcando” em siglas como ONU, OTAN, OCDE, UE, OTAN, FMI, BCE, etc., “embirra-se” solenemente com as que tão só albergam estapafúrdia, desperdício e gastos de dinheiro devido às suas ineficácia, inutilidade, menor valia, nulidade e até perversidade. Como todas quantas, após Abril e indexadas ao PREC, personificando entidades, institutos, fundações, autoridades reguladoras, provedorias, órgãos e serviços públicos e “formatando” idealismos democráticos (al- guns lunáticos), são apenas “locais” de acolhimento e agasalho de ex-governantes, políticos nas reserva e reforma, afilhados e compadres dos “donos” do poder. Um poder em que vingam as siglas PS, PSD, CDS, PCP, BE, PAN e outras “travestidas”, “mirradas” e desaparecidas, personificado em partidos e na classe saída da Revolução, os políticos, e a quem, imagine-se, o Estado sustenta, subsidia, dá importância e benesses mas que se vai diluindo com as sucessivas, despesistas e inúteis eleições. Com o erário público a “entrar”, a comparticipar, a suportar e até a “premiar”!...
Aliás, quando confrontados com as malfeitorias das siglas, as apontadas BeBeCês (v.g. bagunçadas, baboseiras e calinadas) e outras como BP, BES, CGD, BCP, BPN, etc., etc, não se pode deixar de evocar todo aquele mundo de asneiras, idiotices, mentiras e palermices que vem “pre- enchendo” o dia a dia político-governamental do país, sempre a deteriorar-se com as baboseiras, barracadas, “babuchadas”, bernardas e burrices que nos vêm assolando ao longo do tempo, numa bagunça onde as “cornadas”, “cacetadas” e “centenadas” se sucedem a um ritmo avassalador. Destruindo e anulando qualquer esperança numa melhoria de vida e de progresso no país, pelo que se concorda com Pereira Coutinho quando escreve que “os portugueses devem confiar mais no céu do que nos comediantes que andam aqui pela terra”(CM, 13.1.17). Comediantes e bobos que, de braço dado com um “presidente descrispador” e “hiperpopulista”, muito têm contribuindo para a bagunça de que enferma o actual sistema político, mormente devido a relações espúrias e controversas entre poder político e bancos a reboque de ideários manhosos, medidas temerárias, decisões lunáticas e de conveniência a sufragar amiguismos e compadrios. Com o país ao sabor de exaltações partidárias e interesses pessoais por dinheiro, poder e honra, e com o Estado a dar cobertura a toda uma “cultura partidária”, entrámos em deriva para um passado recente troikista e de bancarrota, que conduziu o povo à perda de independência e identidade, a vidas de sacrifício e miséria e à manipulação do país por Bruxelas. Por mais que o Costa, num governo “gingão” e de ”pisca pisca”, consiga pôr «as vacas a voar», fazendo apelo a uma indiana “sacralidade”.
Mas esta é a trágica história dum povo que se “embriagou” com a entrada na UE, os subsídios, os dinheiros fáceis, a vinda do euro e logo “adoptou” outro sistema de vida, “traçou” novas valências, “embarcou” num novo-riquismo insensato e passou a “viver” tão só para o dia a dia, “ignorando” realidades, tradições e virtudes do passado e “imitando” outros países e povos, mais adultos e responsáveis, com outras potencialidades e mentalidades. E daí todo o descalabro que se seguiu, e de que ainda não nos libertámos, apesar das baboseiras do ”babush”, seu “doentio” optimismo e “sorrisos”, e das “mentiras” e “burrices” do Centeno. Aliás, vêm persistindo, e de modo perverso, os problemas da venda do Novo Banco, da administração e recapitalização da CGD, das bacoradas do Centeno em relação à Banca e das asnáticas decisões do Governo em entidades, serviços e instituições de afectação pública, naturalmente lesando e maculando a imagem do país e minando qualquer confiança interna e externa. Aliás muito rápida e irresponsavelmente “se viajou ” dos risos e alegrias dos cravos para uma tosca e estulta imitação de democracias e povos com outra formação cívica e valia.
Esquecendo-se as realidades do país, a perda das benesses ultramarinas, as sequelas do regresso e acolhimento dos cidadãos maltratados e espoliados pela irresponsabilidade de independentistas mal formados, visionários e políticos de ideologia barata, e foi-se asssistindo a uma quebra geral dos valores éticos, tradições e costumes, com o sentido da honra, honestidade, seriedade, valia e importância do trabalho a ser abafado pelas ganâncias de dinheiro, poder e projecção social. Vivendo-se apenas para o dia a dia, tudo se “empurra com a barriga” para um Amanhã em que nem sequer se pensa, não interessa nem preocupa, e fazem-se leis e tomam-se medidas alienadas de que resultam o esvaziar do interior, a ruína da agricultura, o esventrar da indústria e do comércio, e a destruição das pescas, tudo sempre numa caricata vénia à UE e seus ditames, de onde vêm as indemnizações, subsídios, fundos, “ideias” e “ordens”, enquanto a economia definha, o PIB diminui, as despesas públicas crescem, os impostos aumentam e a vida do povo se agrava.
Entretanto acena-se com os dinheiros, os avais, os fundos e os ditames de Bruxelas, e vai-se assistindo a um esboroar de dignidade e independência. Mas como é democrático, continua a “encher-se” o país de siglas, de entidades reguladoras de tudo e do nada, de provedores disto e daquilo, de institutos, fundações, altas autoridades e multiplicam-se serviços e instituições, com o Estado a meter o nariz em tudo e a posicionar-se como “empregador mor”.
Com a dívida pública num crescendo, as despesas do Estado em alta, vive-se o déficit de Amanhã, temem-se as Agências de ratting e os juros dos empréstimos ao Estado e receia-se nova troika e uma crise pior do que a gerada pelos Sócrates, Salgados e outros.
Entretanto, para maior balbúrdia e aumentar a bagunça, discute-se a TSU, a valia da concertação social e as posições dos partidos, com a OCDE a elogiar o Pedro e a UE a tecer loas ao Costa, sendo que, para animar a festa, não faltam “sábios” comentadores e conhecidos barões políticos a perorar numa altura em que começam a levantar a cabeça “imperdíveis” figuras e conhecidos “figurões” de “inocência” e “desinteresses” manifestos, como os Rios, Penedas, Ferreiras Leite, Assis e outros. E o povo, esse, “estrebucha”entre siglas, custo de vida e impostos.

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