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Bernardo Reis: um nome para a história de Braga

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Bernardo Reis: um nome para a história de Braga

Ideias

2024-04-20 às 06h00

Rui Ferreira Rui Ferreira

Ao percorrermos a história da cidade de Braga, considerada unanimemente a mais antiga de Portugal, deparamo-nos com homens e mulheres que concederam um contributo fundamental para o seu engrandecimento enquanto comunidade, deixando gravada a sua ação na sua fisionomia e identidade.
Um desses homens é, sem dúvida, Bernardo José Ferreira Reis, que, ao longo das últimas duas décadas, tem desenvolvido uma notável e determinante ação na qualidade de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga. 
Desde a minha mais tenra infância que vivi intensamente o quotidiano da minha cidade, partindo de uma atenção focada nos acontecimentos e nos seus protagonistas. A minha primeira perceção da Santa Casa da Misericórdia na comunidade bracarense relacionava-se inevitavelmente com as celebrações da Quaresma e Semana Santa, nomeadamente com o Lausperene Quaresmal nos templos da Misericórdia e do Hospital de São Marcos, e também com as procissões do Senhor Ecce Homo e do Enterro do Senhor. Nessa década de 1990 não conseguia vislumbrar outras ocasiões que dessem nota da presença da instituição na comunidade bracarense.
Com o dealbar do novo milénio progressivamente o cenário seria alterado. O nome da Misericórdia passou a ser mais escutado para além do compendioso tempo quaresmal. Recordo os processos de reabilitação e valorização patrimonial dos templos a cargo da instituição, ambos sujeitos a encerramentos temporários forçados, mas também os múltiplos projetos de índole social que foram alargando significativamente a sua missão, além de uma presença mais evidente no quotidiano da cidade através do alargamento da rede de parcerias, mormente no âmbito cultural. O brasão da Misericórdia de Braga passou a estar crescentemente presente nos acontecimentos mais relevantes da comunidade, na qualidade de parceira ou coadjuvante institucional. Não demorou muito tempo até perceber que essa dinâmica crescente tinha um rosto por trás, cuja tenacidade e iniciativa tornavam inevitável a sua menção: Bernardo José Ferreira Reis.
Deve-se inquestionavelmente à iniciativa do insigne provedor da Santa Casa da Misericórdia, os magnos contributos que a instituição tem oferecido à valorização do património e à dinamização cultural da nossa cidade de Braga, além do desenvolvimento da essencial e determinante componente assistencial que há séculos é confiada às Misericórdias em Portugal.
Foi neste contexto, ainda remoto e externo, que conheci o Dr. Bernardo Reis, provocando-me um sentimento de admiração e reconhecimento imediatos, que seriam particularmente incrementados a partir do momento em que a Misericórdia se deparou com a necessidade de revitalizar o complexo edificado do antigo Hospital de São Marcos, devolvido pelo Estado em maio de 2011.
Aquele que terá sido o maior desafio da história da instituição foi sendo resolvido passo a passo, com inteligência e visão, pela mão do seu provedor, que, incansavelmente, foi encontrando as oportunidades para conceder renovada existência a cada um dos edifícios que compunham o complexo hospitalar, o último dos quais se encontra atualmente em processo.
Termino evocando o grande literato inglês William Shakespeare, que nos dizia que “a gratidão é o único tesouro dos humildes”. Este texto mais não pretende ser do que uma manifestação de gratidão por todo o bem que tive o privilégio de receber na minha vida a partir da ação generosa e da amizade desinteressada de alguém cujo nome ficará inevitavelmente gravado na história da cidade de Braga.
Tendo completado o seu 90.º aniversário no passado dia 14 de abril, o Dr. Bernardo Reis será hoje alvo de uma homenagem pública, celebrando, não apenas o serviço e dedicação já oferecidos a Braga, mas principalmente a iniciativa e ação das quais continuamos a ser beneficiários.
Hoje cumpre-se mais uma etapa no nosso percurso de construção da comunidade bracarense, fortalecendo a nossa memória coletiva e concedendo estímulo e motivação aos que a amam e às instituições que nela produzem o bem. O combate à pobreza e às desigualdades é um bem. A assistência a quem mais sofre é um bem. A Cultura é um bem. E tudo isto se foi concretizando a partir dos sonhos e da coragem em querer concretizá-los, tão bem inspirados por este grande homem da nossa cidade. 
Este é um agradecimento meu, certamente também da Misericórdia, mas, em particular, de todos os bracarenses!
Muito obrigado, Dr. Bernardo Reis!

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